Segundo pesquisa, beber cerveja atrai picada de mosquitos

A explicação para a estranha observação de que os mosquitos preferem picar algumas pessoas a outras pode estar nos genes.

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A explicação para a estranha observação de que os mosquitos preferem picar algumas pessoas a outras pode estar nos genes. Esta é a conclusão de um estudo que usou grupos de gêmeas idênticas (monozigóticas) e diferentes (dizigóticas) para analisar uma possível influência do DNA na produção de odores que atrairiam ou repeliriam os insetos, publicado ontem no periódico científico on-line de acesso aberto “PLoS One”. Segundo os pesquisadores da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, os experimentos mostraram que os mosquitos não tinham uma clara preferência em picar uma gêmea ou outra quando elas eram idênticas, mas, quando eram diferentes, geralmente uma foi mais atacada do que a outra, o que sugeriria um processo de escolha baseado nesta diferença.

BEBER CERVEJA ATRAI PICADAS

Há algum tempo cientistas têm indicações de que as fêmeas dos mosquitos — as únicas que picam, devido à sua necessidade de sangue para conseguir substâncias que usam para a reprodução — demonstram preferências pelo cheiro de algumas pessoas. Estudos anteriores mostraram, por exemplo, que as grávidas são mais atraentes para os insetos da espécie Anopheles gambiae, principal vetor da malária na África.
A dieta, que também afeta o odor corporal, é outro fator sugerido nesta preferência. Embora pesquisas tenham descartado a eficácia de receitas populares para repelir mosquitos, como comer alho ou tomar grandes doses de vitamina B, uma delas verificou que uma crença popular neste sentido, beber cerveja, na verdade tem efeito contrário, com os bebedores sendo atacados com mais frequência pelo A. gambiae do que as pessoas que não consomem álcool.

Diante disso, os pesquisadores da escola britânica decidiram montar um experimento para verificar se a genética também afetaria o odor corporal a ponto de influenciar a escolha dos mosquitos. Para tanto, eles convocaram a ajuda de um grupo de 18 gêmeas idênticas e outro com 19 diferentes, que foram submetidas a uma série de testes com fêmeas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.

Nos testes, os insetos eram liberados em um tubo em forma de Y cujas extremidades terminavam ora na mão de uma gêmea ou ao ar livre, ora na mão da outra gêmea ou ao ar livre, ora na mão de cada uma das gêmeas e, por fim, ambas ao ar livre.

A análise dos resultados dos testes indicou que, quando os mosquitos eram levados a escolher quem iriam picar entre as gêmeas idênticas, eles se dividiram praticamente de forma igual entre as duas mas, quando eram diferentes, uma foi alvo da preferência da maioria dos insetos.

— Ao investigar os mecanismos genéticos por trás da atratividade a insetos que picam, como os mosquitos, nos aproximamos de usar este conhecimento para encontrar maneiras melhores de nos proteger deles e das doenças que transmitem — diz James Logan, um dos autores do estudo. — Se conseguirmos entender as bases genéticas para essa variação entre indivíduos, no futuro talvez sejamos capazes de tomar uma pílula que vai aumentar a produção de repelentes naturais pelo corpo e substituir as atuais loções de pele.



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