O Vaticano publicou, no fim de novembro, uma nova orientação sobre a vida sexual dentro do casamento. O texto, preparado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé e aprovado pelo papa Leão XIV, reforça que o sexo entre marido e mulher não existe apenas para gerar filhos.
O documento, chamado “Una Caro – Elogio da Monogamia”, não cria novas normas, mas explica pontos já conhecidos da doutrina católica. Ele começou a ser elaborado ainda no pontificado do papa Francisco, como resposta a pedidos de bispos africanos que lidam com a prática da poligamia em suas regiões.
A seguir, veja os principais pontos da orientação:
O que o Vaticano diz que é permitido
✔ Sexo como expressão de amor
O texto afirma que o casal pode ter relações sexuais mesmo quando o objetivo não é ter filhos. Segundo o Vaticano, o sexo dentro do casamento também serve para aproximar os parceiros e fortalecer o vínculo.
✔ Casais inférteis continuam plenamente incluídos
A nota explica que a falta de filhos não tira o valor do casamento. Mesmo quando o casal não pode gerar crianças, a vida sexual continua sendo vista como válida e moralmente correta.
✔ Relações em períodos inférteis são permitidas
O Vaticano reforça que os casais podem viver sua intimidade normalmente em períodos naturais de infertilidade. Esses momentos também podem servir para demonstrar carinho e manter a união.
O que continua proibido
❌ Métodos contraceptivos artificiais
O documento mantém a rejeição a anticoncepcionais como pílula, DIU e preservativos. A orientação continua sendo a de usar apenas métodos naturais para espaçar as gestações.
❌ Relações fora do casamento
O texto reafirma que, para a Igreja, o sexo só é permitido dentro do matrimônio entre homem e mulher. Traições ou relações fora desse vínculo continuam sendo consideradas pecado grave.
❌ Poliamor
A orientação destaca que o casamento católico é exclusivamente entre duas pessoas. Por isso, modelos de relacionamento com mais de dois parceiros não são aceitos.
O que é recomendado
💡 Sexo como parte do amor entre o casal
O Vaticano afirma que a relação sexual deve ser vista como parte da “caridade conjugal”, ou seja, do amor vivido de forma responsável dentro do casamento.
💡 Respeito e compromisso
O documento fala sobre a importância da reciprocidade e da ideia de que marido e mulher pertencem um ao outro de forma exclusiva.
💡 Evitar relações guiadas só pelo desejo
Segundo o texto, a sexualidade não deve ser usada apenas para prazer momentâneo, mas vivida de forma consciente e ligada ao amor e à responsabilidade do casal.
Por que o documento foi criado
Especialistas explicam que a nota não muda a doutrina, mas busca orientar comunidades que convivem com práticas culturais diferentes daquelas propostas pela Igreja, como é o caso da poligamia em alguns países africanos.
O texto também cita o poliamor pela primeira vez em um documento desse tipo, comparando essa prática moderna a uma forma atual de poligamia, que não condiz com o modelo de casamento defendido pela Igreja.