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Vida longa e salva: lagosta de 110 anos trocou restaurante pela liberdade; entenda

Em meio a tantas outras lagostas que eram preparadas e servidas no local, Lorenzo acabou passando despercebido — o que, ironicamente, salvou sua vida.

De 'esquecida' a estrela, como um crustáceo de 110 anos escapou do prato | Foto: Peter's Clam Bar via Facebook
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No dia 15 de junho, um restaurante especializado em frutos do mar, nos Estados Unidos, libertou uma lagosta de aproximadamente 110 anos de idade. Batizada de Lorenzo, a lagosta, que pesa 9,5 kg, foi devolvida ao mar aberto após passar anos em cativeiro.

"Lorenzo simplesmente escapou e acabou ficando em nosso tanque por anos”, contou Butch Yamali, proprietário do restaurante Peter’s Clam Bar, localizado em Long Island, Nova York, em entrevista à emissora WPIX-TV. Segundo ele, o animal permaneceu no restaurante durante um longo período sem que ninguém percebesse sua idade avançada.

Em meio a tantas outras lagostas que eram preparadas e servidas no local, Lorenzo acabou passando despercebido — o que, ironicamente, salvou sua vida. “Ele fará falta, mas acho que é melhor assim. Se ele morresse aqui, não seria uma coisa boa, e eu não teria coragem de vendê-lo”, acrescentou Yamali.

A libertação da lagosta foi celebrada com uma "cerimônia de perdão" promovida pelo restaurante, que compartilhou o momento nas redes sociais. Em um post no Facebook, o Peter’s Clam Bar anunciou a soltura do animal com bom humor: "Agora ele [Lorenzo] está vivendo sua melhor vida — abrindo caminho para a liberdade e aproveitando a brisa salgada (em vez de mergulhar na manteiga)", dizia a publicação. "Um brinde às segundas chances e a uma vida cheia de 'conchas' de felicidade!".

Lorenzo não é o primeiro crustáceo centenário a ganhar liberdade no restaurante. Em 2023, outra lagosta, chamada Lenny, com 111 anos, também foi devolvida à natureza após anos vivendo no tanque do estabelecimento.

Como vivem as lagostas

Lagostas podem viver até 100 anos na natureza, desde que não sejam capturadas por predadores — ou por cozinheiros. Algumas podem ultrapassar essa idade, como Lorenzo e Lenny, se escaparem desses perigos.

Mas, após tanto tempo em cativeiro, será que uma lagosta consegue sobreviver no oceano? De acordo com o biólogo marinho Robert Steneck, da Universidade do Maine (EUA), a resposta é sim — desde que algumas condições sejam respeitadas. Em entrevista à CBC News em 2016, ele explicou que a sobrevivência depende da forma como o animal foi mantido durante o cativeiro, especialmente em relação à umidade e ao fornecimento de oxigênio.

“Tivemos lagostas que foram mantidas em local frio e úmido, mas não na água, por alguns dias antes de levá-las de volta ao laboratório, e elas viveram no laboratório por anos”, afirmou.

No entanto, Steneck alerta para um ponto importante: a reintegração ao habitat natural deve ser feita com cautela. O ideal é que a lagosta seja devolvida ao mesmo local de origem, para evitar riscos de introdução de doenças em novos ambientes — algo que ele considera "bastante improvável, mas não impossível".

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