Texto por Matheus Sousa
A Nintendo oficializo, nesta terça-feira (16), os nomes que darão vida aos protagonistas do aguardado filme live-action de The Legend of Zelda. A princesa Zelda será interpretada pela britânica Bo Bragason, de 21 anos, enquanto Benjamin Evan Ainsworth, de 16, viverá o herói Link. O anúncio foi feito pelo próprio Shigeru Miyamoto, criador da franquia, por meio das redes sociais da empresa. Ambos os atores possuem passagens discretas por produções independentes e de médio porte, o que marca uma escolha distante dos nomes mais populares ventilados pelos fãs nos últimos meses.
Desde que a Nintendo confirmou, em novembro de 2023, a produção de um longa-metragem com atores reais inspirado na clássica franquia, as especulações sobre o elenco dominaram fóruns, redes sociais e canais de entretenimento. Como de costume, a internet reagiu com entusiasmo e também com a tradicional divisão de opiniões. Rumores recentes apontavam a atriz Hunter Schafer como possível intérprete de Zelda, o que desencadeou uma onda de reações polarizadas que escaparam da esfera do debate artístico para atingir questões identitárias e políticas.
A escolha final por rostos menos conhecidos contraria as expectativas de parte do público, que sugeria nomes como Tom Holland e a própria Schafer. Por trás dessa frustração, no entanto, revela-se um padrão recorrente: quando temas como identidade de gênero, sexualidade ou diversidade racial tangenciam grandes produções da cultura pop, parte da audiência abandona a análise técnica ou estética e recorre à intolerância, disfarçada de “fidelidade à obra original”.
Não se trata apenas da escalação de atores. A repercussão do elenco de Zelda escancara a dificuldade de lidar com a pluralidade no campo da cultura mainstream. O caso reflete a tensão permanente entre tradição e renovação; entre a nostalgia dos fãs e as exigências de um mercado que busca maior representatividade sem perder a essência das obras. A escolha da Nintendo por dois jovens talentos promissores, ainda fora do circuito das celebridades globais, aponta para um caminho de menor risco comercial, mas também de maior liberdade criativa.
Sobre direção de Wes Ball (Planeta dos Macacos: O Reinado), o filme tem estreia prevista para maio de 2027. A produção será conduzida por Shigeru Miyamoto e Avi Arad, conhecido por seu trabalho com a Marvel Entertainment. A presença desses nomes assegura que a adaptação manterá diálogo com a mitologia da franquia, respeitando os elementos narrativos que transformaram The Legend of Zelda em um dos maiores ícones.