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Cientistas encontram vasos sanguíneos preservados em fóssil do maior Tiranossauro Rex

Pesquisadores identificaram em uma costela do animal uma rede de vasos sanguíneos mineralizados, possivelmente ligados a uma fratura parcialmente curada de 66 milhões de anos atrás.

Tiranossauro Rex | Foto: Reprodução

Apesar dos avanços da paleontologia, ainda não foi possível recuperar DNA de dinossauros a partir de fósseis. Grande parte do conhecimento sobre essas criaturas vem de ossos e dentes preservados, mas tecidos moles — como músculos, ligamentos, pigmentos, pele e até vasos sanguíneos — são os que oferecem informações mais detalhadas sobre como os dinossauros viviam e como eram.

Tiranossauro Rex — ROGER HARRIS/SCIENCE PHOTO LIBRARY via Getty Images

Tyrannosaurus rex apelidado de “Scotty”

Um caso marcante ocorreu com o Tyrannosaurus rex apelidado de “Scotty”, o maior e um dos mais completos fósseis da espécie já encontrados, preservado no Museu Real de Saskatchewan, no Canadá. Pesquisadores identificaram em uma costela do animal uma rede de vasos sanguíneos mineralizados, possivelmente ligados a uma fratura parcialmente curada de 66 milhões de anos atrás.

O achado foi feito por uma equipe de pesquisa interdisciplinar que utilizou aceleradores de partículas e modelos 3D avançados para estudar o fóssil. O estudante que iniciou os estudos há seis anos, hoje doutorando em Física, destaca que os vasos provavelmente se formaram devido ao processo natural de cicatrização, quando há aumento da atividade vascular na região lesionada.

Parte do fóssil de ‘Scotty’, o T. rex, mostrando um osso fraturado. —  J. Mitchell

Para examinar a estrutura interna do osso sem danificá-lo, os cientistas recorreram à luz síncrotron, raios X de alta intensidade gerados em aceleradores de partículas. Diferente das tomografias convencionais, incapazes de penetrar em fósseis densos, essa técnica revelou detalhes microscópicos dos vasos sanguíneos e mostrou que eles foram preservados em camadas mineralizadas ricas em ferro, resultado de condições ambientais excepcionais.

Essas descobertas podem ajudar a compreender não apenas como o Scotty sobreviveu aos ferimentos, mas também fornecer pistas sobre os processos de cicatrização em dinossauros em comparação com aves e outros parentes modernos. O estudo ainda abre caminho para orientar futuras pesquisas, incentivando a análise de fósseis que apresentem sinais de lesões ou doenças.

Combinando paleontologia, física e novas tecnologias de análise, os cientistas acreditam que será possível reconstruir a vida dos dinossauros com maior realismo, ampliando o entendimento sobre a evolução e os mecanismos de sobrevivência dessas espécies pré-históricas.

*O artigo foi escrito pelo paleontólogo e PhD em física Jerit Leo Mitchell, da Universidade de Regina, no Canadá, e publicado na plataforma The Conversation Brasil.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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