Pesquisadores usaram tecnologia 3D para reconstruir o rosto de uma mulher com crânio elongado de cerca de 1.500 anos, encontrado nos anos 1970 na vila de Dully, na Suíça. Antes visto como algo “alienígena”, o crânio na verdade revela uma prática cultural antiga: a deformação craniana intencional.
Segundo o líder do estudo, Cicero Moraes, o crânio foi moldado propositalmente desde a infância com pranchas ou faixas, para dar essa forma alongada — algo simbólico, não uma doença.
Para refazer o rosto, cientistas usaram um modelo 3D digitalizado do crânio preservado no Museu Cantonal de Arqueologia e História. Eles reconstruíram a mandíbula, posicionaram olhos, nariz e boca, e depois criaram versões com pele, cabelo e detalhes realistas.
As reconstruções mostram uma mulher de traços suaves, nariz bem definido e olhos marcantes — uma presença “intrigante”, segundo Moraes.
O estudo sugere que a prática de deformar crânios era comum em grupos antigos, como os burgúndios, e pode ter sido trazida por povos da Ásia como os hunos, simbolizando status social ou religião.
Curiosamente, a deformação não parece ter afetado a saúde mental ou o volume cerebral da mulher: seu cérebro tinha tamanho estimado normal, mesmo com a forma incomum do crânio