O destino de uma suposta parte íntima de Napoleão Bonaparte segue envolto em dúvidas e curiosidade histórica. A discussão surgiu após sua morte, em 5 de maio de 1821, na ilha de Santa Helena, quando o corpo do ex-imperador francês passou por uma autópsia conduzida pelo médico Francesco Antommarchi. Segundo relatos de testemunhas presentes, o profissional teria retirado alguns fragmentos do corpo — entre eles, o órgão genital.
DE MÃOS EM MÃOS
A peça teria sido entregue ao padre que realizou os últimos ritos, Abbé Anges Paul Vignali, que a levou de volta à Córsega. Após a morte dele, o item permaneceu com sua família até o início do século 20. Em 1916, passou a circular entre colecionadores e antiquários. Um livreiro londrino chegou a catalogá-lo como um “tendão mumificado”, sem destacar sua suposta origem.
Em 1924, o objeto foi comprado pelo colecionador americano A. S. W. Rosenbach, que o exibiu publicamente três anos depois, no Museu de Arte Francesa, em Nova York. A descrição feita por visitantes e jornalistas na época chamava atenção: tratava-se de um fragmento pequeno, ressecado e com aparência semelhante a um pedaço de couro envelhecido.
Décadas depois, em 1974, o artefato foi adquirido pelo urologista John K. Lattimer, conhecido por colecionar itens ligados a figuras históricas. Desde então, permanece sob a guarda de sua família. O objeto não é exibido publicamente, não possui registros fotográficos recentes e não está disponível para análises independentes.
Apesar da longa trajetória atribuída ao item, não há comprovação científica de que ele realmente tenha pertencido a Napoleão. Nenhum teste de DNA foi realizado, o que impede qualquer confirmação definitiva. A falta de documentação formal e as condições de conservação reforçam as incertezas.