SEÇÕES

Luany Sousa

Crimes reais, mistérios intrigantes, conspirações e segredos

Lista de Colunas

Caso Eloá: mulher que recebeu o coração da jovem morreu de Covid em 2021

Maria Augusta dos Anjos, que recebeu o coração de Eloá Cristina Pimentel em 2008, morreu em 5 de maio de 2021, aos 51 anos, após complicações da Covid-19

Eloá antes e durante o crime | Foto: Reprodução/Instagram

Maria Augusta dos Anjos, que recebeu o coração de Eloá Cristina Pimentel em 2008, morreu em 5 de maio de 2021, aos 51 anos, após complicações da Covid-19. Internada no Hospital Santa Terezinha, em Parauapebas (PA), ela apresentava cerca de 75% dos pulmões comprometidos. A família chegou a organizar uma campanha virtual buscando recursos para o tratamento, mas ela não resistiu.

A história voltou a ganhar repercussão com o lançamento do documentário Caso Eloá: Refém ao Vivo, que revisita os cinco dias de cárcere privado ocorridos em outubro de 2008, em Santo André (SP). A adolescente de 15 anos foi mantida refém pelo ex-namorado entre 13 e 17 de outubro. O caso teve ampla transmissão ao vivo e terminou de forma trágica: Eloá foi baleada na cabeça, teve morte cerebral confirmada no dia 18 e seus órgãos foram doados pelos pais, Ana Cristina e Everaldo Pimentel.

Foto: Reprodução/Netflix

Transplante no dia do aniversário

Maria Augusta aguardava na fila de transplante havia dois anos quando recebeu a ligação avisando que seria a receptora do coração da jovem. O transplante ocorreu no dia em que ela completou 39 anos. Segundo familiares, a paciente costumava dizer que havia pedido “um novo coração de presente”, frase que permaneceu na memória da família após a cirurgia.

Maria Augusta/Foto: Reprodução G1

Antes do transplante, Augusta enfrentava limitações decorrentes de uma malformação cardíaca congênita. Atividades simples, como varrer a casa ou caminhar, já não eram possíveis. No dia da cirurgia, cinco pacientes em estado gravíssimo aguardavam o mesmo tipo de transplante na UTI, mas nenhum deles era compatível com o órgão de Eloá.

Impacto da morte

A notícia da morte de Augusta emocionou os pais de Eloá. “Eu não esperava essa notícia. Eu estava torcendo para a Augusta se recuperar. Para mim foi muito triste. Minha família está triste também. Amanhã [5 de maio] minha filha faria 28 anos se estivesse viva. Augusta era como uma filha para mim, pois carregava o coração de Eloá”, disse a mãe, Ana Cristina Pimentel, em entrevista ao G1. Ela completou: “Augusta ficou maravilhosa depois que recebeu o coração de Eloá, mas essa doença [Covid] a pegou e a matou.”

País de Eloá

O pai da adolescente, Everaldo Pereira dos Santos, também lamentou: “Ficamos sabendo e lamentamos o falecimento da Maria Augusta.”

Outros receptores e desdobramentos do caso

Além do coração, outros órgãos da jovem foram para diferentes pacientes: pulmões, córneas, fígado, rins e pâncreas. Ao todo, cinco pessoas foram beneficiadas pela decisão da família.

O responsável pelo sequestro e pelos disparos que levaram à morte da adolescente foi julgado em 2012 e condenado inicialmente a mais de 90 anos por 12 crimes. Posteriormente, a pena foi reduzida para 39 anos. Ele segue preso em Tremembé, no interior de São Paulo.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
Tópicos
Carregue mais
Veja Também