Abalado, Valdivia adia decisão sobre o futuro e diz: “Não está fácil...”

Meia concede entrevista para falar sobre o trauma do sequestro e deixa claro que permanência é incerta.

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Abalado, Valdivia concede entrevista coletiva na Academia | Alexandre Lozetti / Globoesporte.com
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Ainda muito abalado pelo sequestro-relâmpago do qual foi vítima, interrompendo a fala em vários momentos para conter o choro, o meia Valdivia, do Palmeiras, concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, na Academia de Futebol, para falar sobre o trauma e admitiu que ainda não sabe se vai continuar no clube.

Depois de ficar quase três horas sob o poder do sequestrador na última quinta-feira, o jogador e sua esposa, Daniela Aranguíz, também vítima do ataque, viajaram para o Chile para tentar se recuperar. Valdivia voltou para ajudar a polícia na investigação e seguir seu contrato com o Palmeiras, apesar dos pedidos de Daniela para que ficasse.

O camisa 10 agradeceu diversas vezes os companheiros de equipe, o técnico Felipão e a diretoria, afirmou que pretende tentar convencer a esposa a retornar a São Paulo, mas não acredita nessa possibilidade. Questionado sobre o futuro no Verdão, ele foi claro:

- Ainda não tenho essa resposta. Quando você vai jogar, tem que estar bem de cabeça, hoje não estou. Não sei se daqui a dez dias vou melhorar, não sei de nada. Conversando com o César Sampaio (que sofreu um sequestro-relâmpago em 1993), ele disse que passou mais ou menos um mês para se acalmar. Não é comum passar quase três horas dentro de um carro e ficar pensando se a pessoa que está com a arma vai ter um momento de loucura e atirar. Ainda é cedo, não consigo falar nem se ela (Daniela) vai embora comigo caso eu vá também ? disse o chileno, que acredita que a esposa prefira ficar com a família no Chile até se recuperar do trauma.

Valdivia revelou detalhes do que chamou de ?quase três horas de terror?. Com uma arma apontada para sua cabeça e a de sua esposa, e constantes ameaças do sequestrador de tirar suas vidas, o jogador foi obrigado a passear pela cidade. O carro blindado despertou desconfiança do cidadão, que pressionou e descobriu se tratar do meia do Palmeiras.

Quando Valdivia desceu para sacar mil reais, o sequestrador aproveitou para tocar em sua mulher, fato que ela só revelou a ele quando estavam no Chile.

- Ele tocou nos seios dela, ela só me contou isso depois. Foi ainda mais difícil ter ficado entre a vida e a morte e saber que ele pegou nos seios dela. É uma sensação de impotência enorme.

Quando o jogador desceu com Daniela e o assaltante em uma loja de autopeças, ele chegou a pensar em tentar fugir, mas temeu pela vida de sua esposa e se manteve calmo.

Valdivia garantiu nesta quinta-feira que não vai demorar para tomar uma decisão, muito menos iludir Felipão e a diretoria a respeito de sua permanência. E disse que o fato de ter reconhecido o sequestrador na delegacia o tranquiliza para resolver seu futuro.

- Ele já tinha cometido dois estupros, e isso me deixou pior ainda quando lembrei do que fez com minha mulher. Trocou tiros com a polícia, roubou. Então sei que vai ficar preso por muito tempo.

O sequestrador foi preso na última terça-feira. Valdivia o reconheceu e o caso foi dado como encerrado pela Polícia.



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