O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, ainda aguarda o julgamento em segunda instância no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Condenado a 12 jogos de suspensão por fraude esportiva, ele recebeu recentemente o indeferimento do pedido de efeito suspensivo. Agora, sua defesa aposta em argumentos técnicos e de mérito para tentar reverter a decisão.
O advogado Alexandre Vitorino sustenta que houve falhas na análise da 1ª Comissão Disciplinar. Ele afirma que informações importantes deixaram de ser consideradas, entre elas mensagens trocadas entre o jogador e o irmão Wander. Para Vitorino, o conteúdo mostra que Bruno Henrique não compactuou com manipulação de cartões e, ao contrário, rejeitou a ideia.
Mensagens e acusações
As denúncias se baseiam em trocas de mensagens, sobretudo uma de 29 de agosto de 2023, quando Bruno Henrique teria informado ao irmão sobre a possibilidade de levar um terceiro cartão amarelo antes do jogo contra o Santos. Para a defesa, porém, a interpretação é incorreta, já que o jogador recebeu esse cartão apenas contra o Botafogo, em outro momento do campeonato.
Outro ponto destacado é uma conversa de 15 de outubro, na qual o atacante repreende Wander de forma dura, rejeitando qualquer tentativa de manipulação. Segundo Vitorino, esse trecho foi ignorado pela primeira instância e será decisivo para a reversão da pena.
Pontos da defesa
Entre os argumentos a serem levados ao pleno do STJD estão:
- a prescrição, já que o prazo de 60 dias para apuração não foi cumprido;
- a natureza do lance, ocorrido aos 95 minutos de jogo, sem impacto no resultado da partida;
- a ausência de prova de benefício econômico ou conluio por parte do atleta.
Para o advogado, se a análise completa for considerada, Bruno Henrique não apenas será absolvido, mas também terá a chance de recuperar sua imagem.
Justiça comum
Além da esfera desportiva, Bruno Henrique responde na Justiça comum. Ele foi denunciado pelo artigo 200 da Lei Geral do Esporte, que prevê pena de dois a seis anos de prisão por fraude esportiva. O advogado, no entanto, contesta o enquadramento, alegando que não houve alteração de resultado de partida e que o cartão amarelo não poderia ser considerado fator decisivo no Brasileirão de 2023.
Reputação em jogo
Vitorino acredita que a pressão midiática pesa sobre o caso, mas reforça que a carreira de Bruno Henrique não pode ser marcada por uma acusação sem provas consistentes.
“Se conseguirmos demonstrar realmente o que aconteceu, ele não vai ser simplesmente absolvido. Vai passar por uma redenção de reputação”, afirmou.
O julgamento no pleno do STJD ainda não tem data marcada, mas a defesa confia em um desfecho favorável ao jogador.