A eliminação do Palmeiras para o Corinthians, em pleno Allianz Parque, trouxe protestos, críticas pesadas da torcida e até xingamentos contra Abel Ferreira. O clima era de crise no início de agosto, mas dois dias depois do jogo, uma reunião no campo da Academia de Futebol mudou os rumos do clube.
Leila Pereira, presidente alviverde, juntou comissão técnica e elenco para dar um recado: o trabalho teria continuidade sem interferências. O gesto foi lembrado por Abel Ferreira após a classificação na Libertadores diante do River Plate.
“Foi o oposto de tudo que fazem aqui no Brasil. Ela fez exatamente o oposto dos outros dirigentes”, disse o treinador, evitando dar mais detalhes, mas com sorriso no rosto.
Postura diferente
Na ocasião, Leila pediu que os atletas não se abalassem com as críticas externas, reforçando sua confiança no grupo e na comissão técnica. O apoio marcou Abel, que classificou a dirigente como única em sua carreira.
“Nunca na vida tive um líder como ela. Em um momento tão duro para todos, juntar todo o estafe e falar o que ela falou. Sou um sortudo, um felizardo de ter uma líder como ela”, exaltou o português.
A presidente confirmou sua decisão dias depois:
“Eu banquei os atletas e o Abel porque acredito no nosso trabalho. Estou diariamente no CT, sei o que está sendo feito. O Palmeiras mudou bastante o elenco, tem que ter tempo, paciência, porque sei o que está sendo desenvolvido”, declarou.
Reação dentro de campo
O efeito foi imediato. Desde o revés no Dérbi, o Palmeiras não perdeu mais. Foram dez partidas, com oito vitórias e dois empates, além da vaga garantida na semifinal da Conmebol Libertadores e a disputa pela liderança do Brasileirão.
Com o ambiente estabilizado, o Verdão avançou para renovar o contrato de Abel Ferreira até o fim de 2027. O acordo verbal já está feito, sem multa rescisória, e embora ainda falte a assinatura, a permanência do treinador é tratada como questão de tempo.