Pela primeira vez na história, o Paraguai será palco dos Jogos Pan e Parapan-Americanos. A capital Assunção venceu a disputa contra a candidatura conjunta do Rio de Janeiro e Niterói e sediará o evento em 2031. A votação ocorreu nesta sexta-feira (8), em Santiago, no Chile, e terminou com 28 votos para os paraguaios contra 24 para os brasileiros.
Com a escolha, Assunção sediará a 21ª edição do Pan, que teve sua primeira realização em 1951, em Buenos Aires, na Argentina. O Brasil já foi sede em duas ocasiões São Paulo 1963 e Rio de Janeiro 2007, mas desta vez acabou ficando para trás.
“Espero que sejam grandes Jogos para os atletas que vão estar lá em Assunção”, comentou a ginasta Rebeca Andrade, após o anúncio da vitória paraguaia.
Como foi a votação
Ao todo, 41 comitês olímpicos das Américas participaram da eleição, totalizando 53 votos, já que os países que já receberam o Pan têm direito a voto duplo, como Estados Unidos, Canadá, México, Cuba, República Dominicana, Colômbia, Venezuela, Peru, Chile, Brasil e Argentina.
O resultado de 28 a 24 repete a diferença do pleito de 2027, quando Assunção também havia concorrido, mas acabou derrotada por Lima, no Peru. Por conta de problemas logísticos, o comitê de Dominica não chegou a tempo para votar, o que reduziu o total para 52 votos válidos.
A campanha brasileira
A candidatura do Rio-Niterói contou com forte apoio político e institucional. Antes da votação, foi exibido um vídeo com mensagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defendeu a realização dos Jogos no Brasil.
“Essas duas cidades têm todas as condições para fazer os Jogos Pan-Americanos mais extraordinários que os esportistas já viram. Assino com muito orgulho essa carta pedindo que os Jogos sejam realizados no Rio e Niterói”, afirmou Lula.
A comitiva brasileira em Santiago foi composta por nomes de peso do esporte, como a ginasta Rebeca Andrade e o nadador Thiago Pereira, recordista em medalhas pan-americanas.
“Agora é o ponto de mudança para os Jogos Pan e Parapan-Americanos atingirem um novo nível de visibilidade e benefício para o esporte em nosso continente”, disse Thiago.
Também representaram o Brasil o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco La Porta, o diretor-geral Emanuel Rego, a secretária nacional de Alto Rendimento Iziane Marques, e a vice-prefeita de Niterói Isabel Swan, entre outros nomes ligados ao esporte olímpico e paralímpico.
O projeto Rio-Niterói
A candidatura brasileira apostava na reutilização das estruturas esportivas do Pan 2007 e das Olimpíadas de 2016. O Rio de Janeiro sediaria 39 modalidades, com destaque para o Parque Olímpico, que receberia disputas de ginástica, judô e basquete, e o Complexo de Deodoro, planejado para modalidades como hipismo, tiro esportivo e beisebol.
Niterói ficaria com 20 esportes, incluindo o vôlei de praia em Icaraí, o surfe em Itacoatiara e a vela nas praias de São Francisco. O projeto também previa grandes obras de infraestrutura, como a linha 3 do metrô ligando as duas cidades, a transformação do BRT em VLT e o saneamento total da Baía de Guanabara.
A proposta vencedora de Assunção
Assunção apresentou uma campanha sólida e antecipada, lançando sua proposta antes da brasileira. A capital paraguaia já havia sediado o Pan Júnior 2025, o que fortaleceu sua candidatura. Entre os principais investimentos previstos estão a construção de um estádio de atletismo e de uma arena multiuso com capacidade para 10 mil pessoas no parque olímpico local.