O atacante Bruno Henrique, do Flamengo, foi julgado nesta quinta-feira (13) pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) e condenado ao pagamento de multa de R$ 100 mil, valor máximo previsto no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD). Com a decisão, o jogador está liberado para seguir atuando, sem suspensão pendente.
O julgamento teve início pouco depois das 15h e durou cerca de duas horas. Por seis votos a três, os auditores decidiram aplicar apenas a penalidade financeira, rejeitando o pedido de punição com suspensão.
O processo estava em análise desde segunda-feira (11), quando o auditor Marco Aurélio Choy pediu vista após o relator Sergio Furtado Filho sugerir a absolvição no artigo 243-A, que prevê até 12 jogos de suspensão, e a punição apenas no artigo 191, relativo ao descumprimento de regulamentos.
Caso encerrado no tribunal
A decisão é definitiva e não cabe recurso. Assim, o caso de Bruno Henrique fica encerrado no STJD. O atacante não compareceu presencialmente à sessão, mas acompanhou de forma virtual. Estiveram presentes na defesa o advogado do Flamengo, Michel Assef Filho, o advogado pessoal do jogador, Alexandre Vitorino, o vice-presidente jurídico do clube, Flávio Willeman, e o empresário Denis Ricardo.
Entenda o caso
Bruno Henrique foi denunciado por supostamente forçar um cartão amarelo para beneficiar apostadores em uma partida contra o Santos, realizada em 2023, no estádio Mané Garrincha, pelo Campeonato Brasileiro. No primeiro julgamento, em setembro, ele havia sido condenado a 12 jogos de suspensão, mas o Flamengo recorreu da decisão e o atleta vinha atuando sob efeito suspensivo desde então.
Paralelamente, a Procuradoria do STJD também havia recorrido, pedindo o aumento da pena. Com isso, o novo julgamento poderia resultar em quatro desfechos: absolvição, redução da pena, manutenção da suspensão de 12 jogos ou aumento da punição — mas a maioria dos votos optou apenas pela multa.
Defesa celebrOU decisão
Após o julgamento, o advogado Michel Assef Filho destacou que o tribunal reconheceu que o caso não se enquadrava nos mesmos moldes da Operação Penalidade Máxima, que investiga manipulação de resultados no futebol brasileiro.
“A análise em relação ao fato foi fundamental para diferenciar esse caso. Ficou evidente que o ocorrido com Bruno Henrique foi completamente distinto, portanto não caberia a aplicação do artigo 243-A. A análise profunda do caso resultou na aplicação do artigo 191 e na rejeição de qualquer possibilidade de suspensão”, afirmou o advogado.
Próximos passos
Com o processo encerrado, Bruno Henrique segue à disposição do técnico Tite para os compromissos do Flamengo no Brasileirão. A multa de R$ 100 mil deverá ser quitada conforme os prazos determinados pelo tribunal.