A relação entre a presidente do Palmeiras, Leila Pereira, e o presidente do Conselho de Administração do Flamengo, Luiz Eduardo Baptista, o Bap, voltou a esquentar. Nesta quinta-feira (8), Leila respondeu com firmeza às críticas feitas por Bap durante uma reunião do Conselho Deliberativo do Flamengo, ocorrida na última terça-feira (7), reacendendo o embate entre os dirigentes.
Troca de farpas
Durante a reunião, Bap rebateu declarações anteriores de Leila, que havia comparado a postura do Flamengo nas negociações da Libra a um "negacionismo", apelidando os torcedores rubro-negros de “terraflamistas”, uma alusão irônica aos que colocam o clube acima de qualquer debate racional.
Em sua resposta, Leila manteve o tom crítico e reafirmou sua posição:
“O presidente Bap tem razão quando diz que eu tenho uma agenda muito clara. Afinal, todos sabem que defendo os interesses do Palmeiras sem tentar asfixiar meus adversários, que trabalho arduamente pelo crescimento do futebol brasileiro e que honro todos os contratos assinados pelo clube, incluindo os das gestões anteriores.”
Críticas sobre empréstimo ao Vasco e "alfinetada" sobre a Netflix
Leila também rebateu questionamentos levantados por Bap sobre o empréstimo realizado por sua empresa à SAF do Vasco. O dirigente do Flamengo havia insinuado riscos ao mencionar o uso de ações do clube carioca como garantia, além de citar comparações com outras operações do futebol brasileiro, como a compra da SAF do Atlético-MG.
A presidente do Verdão foi direta:
“Quanto à insinuação do presidente Bap sobre o boato de que eu estou comprando o Vasco, ele pode ficar tranquilo. Eu não estou comprando o Vasco. Aliás, eu não estou comprando nem o Vasco nem a Netflix.”
A declaração faz referência a uma fala de Bap, ainda em 2014, quando ocupava um alto cargo na operadora Sky e declarou que “compraria a Netflix” se a empresa passasse a incomodar o mercado da TV por assinatura, o que não aconteceu.
Conflito envolvendo a Libra
A crise entre os dirigentes ganhou força após o Flamengo obter uma liminar na Justiça do Rio de Janeiro que bloqueou um repasse de R$77 milhões aos clubes integrantes da Libra liga que discute os direitos de transmissão do futebol brasileiro. O valor seria referente à distribuição das receitas de audiência da liga, mas acabou retido judicialmente, gerando forte reação dos demais clubes participantes, como Palmeiras, São Paulo, RB Bragantino, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, entre outros.
Leila classificou a medida como prejudicial ao espírito coletivo:
“É preciso humildade. O Flamengo não pode agir apenas em benefício próprio, sem considerar o coletivo do futebol brasileiro.”