O clima esquentou nos bastidores do Flamengo após a derrota para o Bahia, neste domingo (5/10). O diretor de futebol José Boto não poupou palavras e disparou contra a arbitragem da 27ª rodada do Brasileirão, especialmente no clássico entre São Paulo e Palmeiras, concorrente direto do Rubro-Negro na briga pelo título.
“Perdemos por culpa nossa, embora a expulsão tenha condicionado o jogo todo. Mas o que se passou em outros campos é vergonhoso”, desabafou o dirigente português, deixando claro que o problema, para ele, vai muito além da atuação flamenguista.
Boto direcionou suas críticas ao árbitro Ramon Abatti Abel, responsável por apitar o duelo entre São Paulo e Palmeiras. O jogo foi marcado por lances polêmicos, como um pênalti não marcado a favor do Tricolor quando vencia por 2 a 0 e a não expulsão de Andreas Pereira. O Verdão acabou virando o placar e vencendo por 3 a 2.
“O árbitro que nos prejudicou na quinta-feira foi premiado para apitar o jogo do nosso rival. E fez o que fez. Isso deixa suspeitas do que acontece por trás”, afirmou o dirigente, cobrando um posicionamento da CBF e da Comissão de Arbitragem.
CBF reage e afasta árbitros
A pressão surtiu efeito. Ainda no domingo, a CBF anunciou o afastamento de Ramon Abatti Abel e de Lucas Casagrande, que apitou Red Bull Bragantino x Grêmio — outro jogo marcado por erro decisivo. O afastamento, no entanto, não diminuiu o tom da revolta no Flamengo.
“O Flamengo não pode invadir a CBF. É a CBF que tem que explicar por que os critérios são diferentes, por que o VAR intervém em um jogo e se cala em outro”, cobrou Boto, exigindo padrões iguais nas decisões da arbitragem.
Questionado se enxerga favorecimento ao Palmeiras, o dirigente preferiu não fazer acusações diretas, mas deixou clara a desconfiança.
“Não estou acusando ninguém, mas isso não me cheira bem. Não acho que seja só falta de qualidade. Os árbitros apitam de maneiras diferentes em lugares diferentes”, disse, ressaltando que o clube reconhece suas falhas, mas não aceita ser prejudicado.
Boto encerrou a entrevista pedindo punição para os árbitros que erram e mais transparência da confederação. “Tem que haver medidas. Os árbitros que erram precisam ser castigados. Fazemos o nosso trabalho, mas ver nossos rivais sendo beneficiados é revoltante”, concluiu o dirigente, em tom de indignação.