Emprestado ao Barcelona desde julho, Marcus Rashford não escondeu seu descontentamento com o Manchester United, clube onde foi revelado. Em entrevista ao podcast The Rest is Football, o atacante afirmou que a equipe inglesa se tornou uma “terra de ninguém” por conta das constantes mudanças de treinador, que impedem a construção de uma filosofia duradoura.
Crítica à “transição sem começo”
Rashford disse que, apesar de se falar em transição há anos, o United nunca iniciou de fato um processo consistente.
“As pessoas dizem que estamos em transição há anos, mas para estar em transição é preciso começar a transição. Tivemos tantos treinadores, ideias e estratégias diferentes para vencer que acabamos em terra de ninguém”, afirmou.
Do legado de Ferguson à instabilidade
O jogador lembrou que, sob o comando de Alex Ferguson, que dirigiu o clube por mais de 20 anos até 2013, havia princípios claros que guiavam toda a instituição, da base ao time principal. Após a saída do lendário treinador, sete técnicos diferentes assumiram o cargo em apenas uma década: David Moyes, Ryan Giggs, Louis van Gaal, José Mourinho, Ole Gunnar Solskjaer, Erik ten Hag e Ruben Amorim.
“Quando Ferguson estava no comando, não havia princípios apenas para o primeiro time, mas para toda a academia. Qualquer técnico ou jogador que entrasse tinha que se alinhar a esses princípios”, ressaltou Rashford.
Títulos, mas sem rumo
Mesmo com a instabilidade, o United conquistou títulos recentes, uma Copa da Liga e uma Copa da Inglaterra nos últimos sete anos e chegou a finais de Liga Europa e Supercopa da Uefa. Para Rashford, esses resultados não escondem os problemas de gestão.
“Você pode ganhar algumas copas, mas é porque tem bons jogadores e um bom treinador. Não é fruto de um plano estruturado”, criticou.
Nova fase no Barça
Rashford foi emprestado ao Barcelona até o fim da temporada 2025/26, com opção de compra fixada em 30 milhões de euros (R$ 195,3 milhões). Ele havia retornado ao United após empréstimo ao Aston Villa, mas não fazia parte dos planos do técnico Ruben Amorim, com quem teve desentendimentos. Outros 12 jogadores também foram liberados, incluindo Antony, Alejandro Garnacho, Tyrell Malacia e Jadon Sancho.