O meia-atacante Miguelito, do América-MG, foi liberado para responder em liberdade após ser acusado de injúria racial pelo atacante Allano, do Operário, durante partida da Série B do Campeonato Brasileiro. A decisão foi tomada pela Polícia Civil do Paraná, que concedeu liberdade provisória ao jogador enquanto o caso segue sob investigação.
De acordo com a legislação brasileira, o crime de injúria racial prevê pena de até cinco anos de prisão. O Ministério Público irá analisar os elementos reunidos para decidir se oferece denúncia formal, o que abriria uma ação penal contra o atleta. Paralelamente, o episódio pode ser analisado na esfera esportiva, com possibilidade de denúncia pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).
Vítima confirmou acusação
A suposta ofensa ocorreu aos 30 minutos do primeiro tempo, após uma falta a favor do Operário. Segundo relatos, um jogador do América-MG teria chamado Allano de “preto do ***”. A acusação foi confirmada pela própria vítima e pelo capitão do time paranaense, que afirmou ter presenciado a fala.
Embora a ofensa não tenha sido registrada pelas câmeras da transmissão oficial, os depoimentos colhidos foram considerados suficientes para que Miguelito fosse autuado em flagrante. O árbitro da partida acionou o protocolo antirracismo da CBF, interrompeu o jogo e a Polícia Militar conduziu os envolvidos à delegacia.
O delegado Gabriel Munhoz, responsável pelo caso, informou que o atleta chegou a ser encaminhado ao sistema penitenciário e que a Polícia Civil do Paraná solicitou acesso a imagens de diferentes ângulos para reforçar a apuração. A conclusão da investigação é esperada para os próximos dias.