A discussão sobre o uso de gramado sintético no futebol brasileiro voltou a ganhar força após a reunião do Conselho Técnico da CBF. A decisão sobre uma possível proibição foi adiada e será analisada pela Comissão Nacional de Clubes (CNC). No entanto, o tema gerou reações acaloradas, especialmente por parte da presidente do Palmeiras, Leila Pereira.
Defensora da manutenção do gramado artificial no Allianz Parque, a mandatária do Verdão não poupou palavras ao criticar os jogadores que se opuseram à tecnologia. Segundo Leila, aqueles que se manifestam contra o sintético "já deveriam ter parado de jogar futebol".
O que está em jogo?
O gramado sintético foi implementado no Allianz Parque em 2020 e, desde então, tem sido alvo de críticas de jogadores que atuam no Brasil. Entre os que se manifestaram contra o campo artificial estão nomes como Lucas Moura, Dudu, Neymar e Gabigol, além de outros atletas que apontam um possível aumento no risco de lesões.
A oposição ao sintético não se restringe aos jogadores. O técnico Abel Ferreira, comandante do Palmeiras, já declarou que a grama artificial é "pior para as articulações". Ainda assim, a CBF afirma que não há estudos científicos que comprovem que o sintético aumenta o número de lesões.
Na reunião do Conselho Técnico, o médico Jorge Pagura apresentou dados que não indicam correlação entre gramado artificial e aumento de contusões. Mesmo assim, o tema será aprofundado antes que uma decisão definitiva seja tomada.
Leila Pereira dispara contra os críticos
Leila Pereira não escondeu sua insatisfação com o movimento contrário ao gramado sintético. Durante sua participação na reunião da CBF, a presidente do Palmeiras rebateu os jogadores que questionam a tecnologia.
"Os atletas que reclamam, geralmente, são mais velhos. Até compreendo que querem prolongar a carreira e acham que o sintético pode encurtar a vida útil deles. Mas, normalmente, são atletas que já deveriam ter parado de jogar futebol em vez de ficar reclamando do gramado", afirmou.
A mandatária do Verdão também criticou as comparações entre o Brasil e a Europa.
"Se os gramados europeus são tão bons, ótimo. Fiquem lá e não venham para cá. No Brasil, a realidade é outra. É melhor ter gramados sintéticos de qualidade do que jogar em campos naturais esburacados", completou.
Futuro do sintético no Brasileirão
O Conselho Técnico da CBF decidiu que a análise sobre a manutenção do gramado sintético será feita pela Comissão Nacional de Clubes. Atualmente, esse grupo é formado por dirigentes de Flamengo, Fortaleza, Internacional, Palmeiras, São Paulo e Vasco, que irão avaliar os impactos da grama artificial no futebol brasileiro.
Apesar da polêmica, não houve votação para decidir o futuro do sintético no Brasil. A CBF se comprometeu a apresentar mais estudos antes de qualquer mudança definitiva. Enquanto isso, a discussão segue dividindo opiniões entre jogadores, dirigentes e torcedores.
Resta saber se, no fim, a tecnologia será mantida ou se os gramados sintéticos terão os dias contados nos estádios brasileiros.