Vivendo o auge da carreira no Flamengo, Léo Pereira não esconde a insatisfação por seguir fora da Seleção Brasileira. Em entrevista recente, o zagueiro admitiu que a ausência o incomoda, especialmente porque sente que faz tudo o que está ao seu alcance para, enfim, receber uma oportunidade. “Não é que é doloroso. Não é a palavra. Mas eu fico incomodado. Não tem como. É algo que busco diariamente.”
Léo deixa claro que não trabalha pensando em uma data específica, como a Copa de 2026, mas sim na construção semanal de desempenho. "Me preparo a cada semana para jogar e performar. Quando vejo que estou preparado, pronto e fazendo as coisas acontecerem, fluírem, e estou no melhor momento da carreira… falei em uma entrevista esses dias: o que posso fazer a mais? O que falta?”
Apesar do incômodo, o zagueiro entende o cenário da posição no futebol brasileiro e global. "A concorrência é muito alta, jogadores da Europa, companheiros aqui do Brasil... Não depende só de mim. Tem escolhas técnicas.” Ainda assim, reforça que não desistiu : “No que depender de mim, contem comigo. Estou preparado para qualquer cenário. É um objetivo pessoal, de qualquer brasileiro, chegar na Seleção.”
Da pressão de 2020 ao auge em 2025: evolução mental mudou tudo
A ausência na Seleção dói mais porque Léo Pereira vive, disparado, a melhor fase desde que chegou ao Flamengo. O início, em 2020, foi bem diferente, cheio de críticas, pressão e insegurança. “Chego em um clube que tinha expectativa de repetir 2019. Até entender o que estava acontecendo foi desafiador. Até cogitaram minha saída. Graças a Deus não saí.”
A reviravolta, segundo ele, veio com um foco que antes não existia: o trabalho mental. “A parte mental eu não trabalhava. Hoje vejo que faz total diferença. Estava preparado taticamente e fisicamente, mas às vezes um erro me afetava na partida.”
Essa mudança o transformou em um dos jogadores mais consistentes do elenco. Em 2025, Léo foi relacionado em 63 dos 66 jogos, atuou em 57, foi titular em 56 e jogou 90 minutos em 51. Além disso, vive sua temporada mais artilheira, com cinco gols.
Liderança, voz forte no elenco e papel no vestiário
O zagueiro também se consolidou como um dos capitães do time. Ele explica que o papel exige preparo e sensibilidade, ainda mais para ajudar atletas que passam por pressões semelhantes às que ele enfrentou.
Sobre o caso de João Victor, criticado após o Fla-Flu, Léo lembra que buscou agir de forma protetiva: “Eu já estive no lugar dele. Foi um pedido meu à torcida. Errar todos podem errar. É uma liderança de sugerir algo para o benefício coletivo.”
Um zagueiro moderno, mas fiel à essência da posição
Ofensivamente participativo, com gols decisivos e presença aérea, Léo também ressalta que o zagueiro moderno precisa equilibrar técnica e simplicidade. “Dependendo do jogo, temos que ‘zagueirar’, dar chutão. Não adianta jogar bonito e perder.”
Com 12 títulos pelo Flamengo e prestes a disputar mais uma final de Libertadores, Léo Pereira vive um momento que poucos imaginavam quando ele chegou ao clube. Hoje, é referência técnica, liderança silenciosa e símbolo de superação interna.