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Exclusivo Morte de ex-jogador do Fluminense pode ter ligação com crime organizado, diz jornalista

Caso de Mario Pineda é investigado por duas linhas principais, que envolvem apostas ilegais e extorsão, segundo apuração policial no Equador

Mario Pineida, ex-Fluminense, é assassinado no Equador | Foto: Mailson Santana / Fluminense FC
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A morte do lateral-esquerdo equatoriano Mario Pineda, de 33 anos, pode estar relacionada à atuação do crime organizado no país, segundo informações do jornalista equatoriano Anderson Velásquez. Em entrevista ao Jornal da Tarde Piauí, nesta quinta-feira (18), o repórter explicou que as autoridades trabalham com duas principais linhas de investigação para esclarecer o assassinato ocorrido em Guayaquil.

VEJA O VÍDEO DO MOMENTO DO ASSASSINATO:

Linhas de apuração

Segundo Velásquez, até o momento não há confirmação oficial sobre a motivação do crime, mas a polícia trabalha com duas hipóteses principais. “É importante esclarecer que até o momento não existe uma confirmação oficial sobre a motivação do crime. No entanto, há duas linhas de investigação no ambiente policial”, afirmou o jornalista, direto de Quito.

Apostas esportivas

Uma das possibilidades envolve a atuação de organizações criminosas ligadas a casas de apostas. De acordo com o jornalista, outros casos semelhantes já foram registrados no país. “Cinco jogadores antes que Mario Peneida foram assassinados pela mesma razão. O caso é que o crime organizado no Equador está fazendo às vezes da fachada com a aposta esportiva”, explicou.

Hipótese de extorsão

A segunda linha de investigação, segundo Velásquez, está relacionada a uma possível extorsão praticada por grupos mafiosos. Ele afirmou que a polícia nacional considera a hipótese de que o crime tenha ligação com ameaças direcionadas à mulher que estava com o jogador no momento do ataque. “É uma realidade no Guayaquil, especialmente, que o crime organizado pede a você, quando você tem um negócio, uma extorsão para não atacar o seu negócio”, relatou.

Casos semelhantes

O jornalista também destacou que o episódio não é isolado. “São oito casos dos jogadores de futebol que foram assassinados no Equador neste último ano, segundo os registros da Polícia Nacional”, disse. Segundo ele, os crimes apresentam características semelhantes e estão inseridos em um contexto de violência estrutural ligada ao crime organizado.

Impacto na sociedade

Velásquez afirmou ainda que o avanço das facções criminosas ultrapassa o narcotráfico e alcança outros setores. “O crime organizado se está expandindo, não somente com as drogas, com o narcotráfico, mas também com outras indústrias que foram legais, como as apostas ou o futebol”, pontuou.

Realidade no país

Ao final da entrevista, o jornalista ressaltou o impacto da violência em diferentes áreas da sociedade equatoriana. “Definitivamente, no Equador o narcotráfico deixou de ser um fenômeno isolado, passou a atravessar praticamente todos os espaços da sociedade”, afirmou, acrescentando que ele próprio deixou o país após sofrer ameaças. Segundo Velásquez, o crime organizado é atualmente o principal desafio enfrentado pelo Equador.

Como ocorreu o crime

Mario Pineda, que teve passagem pelo Fluminense em 2022 e pertencia ao Barcelona de Guayaquil, foi morto a tiros na noite de quarta-feira (17), em frente a um açougue, na cidade de Guayaquil. A esposa do jogador, que o acompanhava, também morreu no local. A mãe de Pineda ficou ferida. Segundo a polícia, dois homens em uma motocicleta se aproximaram e efetuaram os disparos. As investigações seguem em andamento para identificar os autores e esclarecer a motivação do crime.


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