Pela primeira vez, o Mundial de Ginástica Rítmica será realizado no Brasil. O evento acontece no Rio de Janeiro, de quarta a domingo, e reúne as maiores ginastas do mundo em apresentações que unem técnica, força e beleza. Considerada a principal competição da modalidade depois dos Jogos Olímpicos, a disputa traz holofotes para os quatro aparelhos mais icônicos do esporte: arco, maças, fita e bola.
Fita: leveza com grandes desafios
A fita encanta pela fluidez, com movimentos como serpentinas e espirais. Porém, seu manuseio exige precisão: o tecido de cetim não pode ultrapassar 35g e é preso a uma vareta de até 60cm. Condições climáticas podem alterar sua performance, tornando-a mais pesada. Um truque curioso é o uso de prancha de cabelo quente para recuperar a textura do tecido.
Movimentos básicos: serpentinas e espirais combinadas a elementos de equilíbrio.
Risco: lançamento alto com os pés, seguido de dois giros e recuperação fora do campo de visão.
Bola: técnica e aderência
Com diâmetro entre 18 e 20cm e peso em torno de 400g, a bola pode ser rolada, lançada ou quicada, chegando a até 8 metros de altura. Para evitar que escorregue, ginastas usam até refrigerante de cola nas mãos. O aparelho não pode ser segurado apenas pelos dedos ou pulsos, exigindo movimentos contínuos.
Movimentos básicos: rolamentos pelo corpo, lançamentos recuperados fora do campo visual e giros fouettés.
Risco: lançamento, giro e rolamento à frente, com recuperação sem as mãos.
Maças: precisão geométrica
Semelhantes a pinos de boliche, as maças têm entre 40 e 50cm e peso mínimo de 150g. Podem ser giradas, lançadas, batidas no corpo ou no solo, e trabalhadas em sincronia com a música.
Movimentos básicos: rotações em “molinete”, lançamentos e movimentos de onda.
Risco: lançamento duplo com mudança de nível, começando em pé e finalizando no solo e recuperação sem as mãos.
Arco: versatilidade em cena
Com peso mínimo de 300g e diâmetro entre 80 e 90cm, o arco é o mais versátil dos aparelhos, permitindo rotações ao redor do corpo, arremessos, saltos e rolamentos.
Movimentos básicos: rolamento pelo corpo, movimentos em “oito” e rotações em equilíbrio.
Risco: lançamento alto com giro, seguido de rolamento no solo e recuperação sem as mãos.
E a corda?
A corda deixou de ser utilizada em competições adultas desde Londres 2012, por questões estéticas e de padronização. Hoje, aparece apenas em categorias de base e torneios de menor expressão.
A modalidade
Reconhecida pela Federação Internacional de Ginástica em 1961 como “ginástica moderna”, a modalidade entrou nos Jogos Olímpicos de 1984, em Los Angeles. Em 1996, Atlanta marcou a estreia das provas em conjunto, e desde 2000 a disciplina é oficialmente chamada de ginástica rítmica.
- Individual geral: uma ginasta compete com os quatro aparelhos.
- Conjunto geral: cinco ginastas se apresentam em séries simples ou mistas.
A pontuação é dividida em dificuldade (D), artística (A) e execução (E). Entre as penalidades, deixar o aparelho cair é um dos erros mais graves.
Com informações do GE