Juliano Pinto foi protagonista de um trecho curto, mas grandioso da cerimônia de abertura da Copa do Mundo, na quinta-feira passada, na Arena Corinthians. Paraplégico, ele deu o pontapé inicial simbólico com a ajuda de um exoesqueleto, desenvolvido pela equipe do cientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal - Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
Do momento marcante, ficaram registradas em Juliano a emoção, mas também o desgosto pela apresentação ter durado somente sete segundos e ter ocorrido à beira do campo. Segundo o Comitê Organizador da Copa, a ação ocorreu distante do centro para que o peso do equipamento não afetasse o gramado.
- Seria bem legal se a gente pudesse estar lá no centro do campo, fazendo essa demonstração, algo que entrou para a história - disse o voluntário do experimento
Juliano, que compete no atletismo e tem o sonho de competir nas Paralimpíadas de 2016, no Rio, ainda recorda em detalhes de sua participação no evento. Ele e mais sete voluntários foram escolhidos pelos cientistas do projeto "Andar de novo" para treinar com o equipamento. Quatro dias antes do jogo entre Brasil e Croácia, ele recebeu a notícia de que havia sido eleito para usar o exoesqueleto.
- Não posso mentir que fiquei um pouco nervoso. Não só 62 mil pessoas no estádio, mas o mundo inteiro te assistindo, esperando esse momento. Mantive a calma, fiz o meu papel e deu certo. Mas depois que saí dali não aguentei, desabei - afirmou Juliano.
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