O atleta e técnico piauiense Warner Lopes, de 29 anos, foi um dos destaques do 35º Campeonato Brasileiro de Kung Fu Wushu, realizado entre os dias 10 e 14 de dezembro, em Brasília (DF). Em entrevista concedida ao portal MeioNews, o bicampeão brasileiro comentou a trajetória no esporte, a rotina de treinos e os planos para competições internacionais. No torneio, ele conquistou três medalhas no estilo taolu, ouro, prata e bronze, e ajudou o Piauí a somar nove medalhas na competição.
O Campeonato Brasileiro reuniu mais de 600 atletas de todo o país e é considerado uma das competições mais importantes do calendário nacional da modalidade. Entre os dois títulos nacionais conquistados por atletas piauienses, Warner Lopes foi um dos campeões, reafirmando sua posição entre os principais nomes do Kung Fu brasileiro.
Além de atleta, Warner também atua como técnico e destaca que sua trajetória na modalidade começou ainda na adolescência.
“Kung Fu começou com uma revista que meu primo me deu há uns 14 anos atrás. Nessa revista tinha movimentos de Kung Fu, falavam sobre os estilos, a China. Eu fiquei apaixonado por tudo aquilo”, relembrou.
Da iniciação às competições
Segundo Warner, a transição do Kung Fu como hobby para o esporte competitivo ocorreu de forma natural. Após cerca de um ano de treino, ele participou do primeiro Campeonato Piauiense e conquistou o título estadual.
“Esse resultado positivo me incentivou a entrar mais no mundo das competições. Depois do primeiro campeonato, eu vi que era aquilo que eu ia fazer pra minha vida”, afirmou.
A partir desse momento, o atleta passou a intensificar a preparação e a participar de competições nacionais, consolidando sua carreira dentro do esporte.
Convocação para a seleção brasileira
A entrada de Warner Lopes na seleção brasileira de Kung Fu aconteceu em 2016, após bons resultados em campeonatos nacionais.
“Em 2016 eu fiquei em segundo lugar no Campeonato Brasileiro. Os três primeiros são convidados para as seletivas da seleção. Passei nas três e fui convocado pro Campeonato Mundial de 2017”, explicou.
Desde então, o atleta passou a integrar o cenário internacional da modalidade, representando o Brasil em eventos fora do país.
Rotina intensa e bicampeonato
O título conquistado em Brasília marcou o segundo campeonato brasileiro vencido por Warner. Ele destacou a exigência da rotina de treinos para se manter em alto nível.
“Eu treino mais ou menos quatro horas por dia. Quando faltam dois meses pra competição, são três períodos por dia. É uma vida dedicada à arte marcial e à competição”, relatou.
Para o atleta, manter o desempenho é tão desafiador quanto alcançar o primeiro título.
“Chegar é difícil, mas se manter é mais difícil ainda”, completou.
Formação de novos atletas
Como professor, Warner destacou que uma de suas maiores conquistas foi ver sua aluna Thalita Silva se tornar campeã brasileira.
“O que me deixou mais feliz no campeonato não foi ser campeão brasileiro, mas ter feito uma aluna se tornar campeã brasileira”, afirmou.
Thalita Silva, integrante do Programa Bolsa Atleta Piauí, conquistou duas medalhas de ouro no estilo taolu, nas categorias armas curtas e estilos especiais, garantindo o bicampeonato brasileiro. Para Warner, o crescimento dos alunos representa o fortalecimento do Kung Fu no estado.
“Essa geração piauiense veio pra fazer história”, disse.
Planos para o futuro
Ao projetar os próximos passos, Warner Lopes afirmou que o objetivo é seguir evoluindo dentro e fora do país.
“Ano que vem a gente vai treinar na China, já tá tudo acertado pra passar um campo lá e voltar melhor ainda”, revelou.
Além disso, o atleta mira novas conquistas internacionais.
“Meu objetivo é me tornar campeão pan-americano. O sul-americano a gente já tem. Agora é trazer o Pan-Americano pro Brasil, pro Piauí, pra Teresina”, concluiu.