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Premier League: dono do Brighton é acusado de lucrar £600 milhões em esquema ilegal

Processo movido por ex-integrante do grupo cita apostas proibidas, dívida milionária e ligação com assessor político

Tony Bloom, dono do Brighton, da Premier League, é acusado de participar de esquema bilionário de apostas | Foto: Reprodução
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O empresário Tony Bloom, dono do Brighton, clube da Premier League, foi acusado de liderar um esquema secreto de apostas que teria gerado mais de 600 milhões de libras, cerca de R$ 4,2 bilhões. As denúncias constam em uma ação judicial apresentada em novembro no Tribunal Superior de Londres e foram reveladas nesta quarta-feira pelo jornal britânico The Times.

Bloom, de 55 anos, também possui uma participação de 29% no Royale Union Saint-Gilloise, atual campeão do futebol belga. As acusações foram feitas por Ryan Dudfield, ex-funcionário da empresa Starlizard, uma consultoria de apostas especializada que pertence ao próprio empresário. Segundo o processo, um grupo formado por mais de 100 pessoas, convidadas pessoalmente por Bloom, participava das apostas organizadas pelo esquema.

Time do Brighton na Premier League - Foto: Reprodução

Acusação partiu de ex-funcionário

De acordo com a ação judicial, Dudfield alega que tem a receber 17 milhões de libras, cerca de R$ 124 milhões referentes a lucros obtidos nas operações. Ele afirma que o grupo utilizava contas offshore em nome de terceiros para realizar apostas em jogos de futebol, o que teria permitido movimentar grandes valores fora do alcance direto dos órgãos reguladores.

Os documentos apresentados ao tribunal indicam ainda que algumas dessas contas estariam ligadas a George Cottrell, ex-assessor de Nigel Farage, líder do Partido Reformista do Reino Unido. Cottrell foi preso nos Estados Unidos em 2017 por lavagem de dinheiro e, segundo a denúncia, teria atuado como “laranja” no esquema de apostas.

Relação com a Premier League

Segundo o The Times, Tony Bloom recebeu autorização da Federação Inglesa (FA), em 2014, para conduzir operações no mercado de apostas. No entanto, o acordo o proibia expressamente de apostar em jogos do Brighton ou em partidas envolvendo qualquer outro clube da Premier League.

Apesar disso, as provas apresentadas por Dudfield incluem uma lista de apostas que, segundo ele, estariam ligadas ao grupo de Bloom, com algumas supostamente relacionadas a partidas da própria Premier League, o que, se confirmado, configuraria violação direta do acordo com a FA.

Sede Federação Inglesa de Futebol - Foto: Divulgação FA 

Defesa nega irregularidades

O jornal britânico informou que os advogados de Tony Bloom negam qualquer irregularidade. Segundo a defesa, “qualquer sugestão de que o grupo tenha feito apostas em partidas da Premier League ou em jogos envolvendo times da primeira divisão nos últimos 11 anos será rejeitada”.

Ainda de acordo com o acordo firmado com a FA , que nunca foi divulgado publicamente, todas as apostas realizadas por Bloom passam por auditorias anuais, feitas por uma grande empresa de contabilidade e pelo próprio órgão regulador do futebol inglês.

Até o momento, segundo o The Times, nunca foi constatado oficialmente que Bloom tenha descumprido o acordo especial firmado com a Federação Inglesa. A ação judicial segue em tramitação no Tribunal Superior de Londres e deve aprofundar a análise sobre o uso de contas de terceiros e a eventual ligação com apostas em jogos proibidos.

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