A empresária Michele Kang, de 66 anos, foi oficializada como a nova presidente do Lyon, substituindo o americano John Textor, que renunciou ao cargo após o rebaixamento administrativo do clube decretado pelo órgão financeiro da liga francesa (DNCG). Junto com ela, o alemão Michael Gerlinger assume como diretor-geral.
Kang não apenas herda um dos clubes mais tradicionais da França em crise, como também se torna diretora-executiva do Eagle Football Group, entidade responsável por gerir o Lyon e outros clubes do grupo. Ela já fazia parte do conselho da Eagle desde 2023.
Agora, a empresária lidera o processo de apelação para tentar manter o clube na primeira divisão francesa e promete imprimir seu estilo de gestão que mistura ousadia, foco em resultados e compromisso com a equidade.
Quem é Michele Kang
Nascida na Coreia do Sul e naturalizada americana, Michele Kang construiu sua fortuna no setor de tecnologia da saúde. Formada em Negócios e Economia, fundou a Cognosante, uma empresa que moderniza sistemas de saúde nos EUA, após a crise de 2008.
Seu interesse pelo futebol começou em 2019, quando participou de uma recepção à seleção feminina dos EUA na Casa Branca. A partir daí, se encantou com o potencial do futebol feminino e decidiu investir pesado no esporte.
Em 2022, ela comprou o Washington Spirit, da NWSL, tornando-se a primeira mulher asiática a ter o controle majoritário de um clube na liga. Desde então, tem expandido seu projeto multiclubes focado exclusivamente no futebol feminino.
Do futebol feminino ao Lyon
A chegada ao Lyon começou pelo time feminino: Kang adquiriu 52% das ações da equipe em 2023, rebatizando-a como Lyonnes e planejando um novo centro de treinamento e um museu exclusivo para celebrar as conquistas das atletas.
Com a nova estrutura, os jogos da temporada 2025/26 acontecerão no Groupama Stadium, casa também da equipe masculina, em mais um passo inédito para o futebol praticado por mulheres.
Ela também comprou o London City Lionesses, na Inglaterra, e criou a Kynisca Sports International, uma organização que visa captar recursos e impulsionar ainda mais o esporte feminino globalmente.
Um projeto global e ambicioso
Com clubes nos Estados Unidos, França e Inglaterra, Kang planeja expandir sua atuação para todos os continentes e tornar o futebol feminino uma potência comercial. “Não é caridade, é um bom negócio”, afirmou em entrevista recente, ao reforçar que o esporte feminino precisa de investimentos estratégicos, e não apenas boa vontade.
Agora à frente do Lyon masculino, Kang terá o maior desafio de sua carreira no futebol: reerguer o clube, preservar sua história e torná-lo novamente competitivo na elite europeia, com o mesmo espírito de inovação e protagonismo que marcou sua trajetória no futebol feminino.