Após a conquista da Copa do Brasil no Maracanã, o Corinthians vive um momento de tensão fora de campo. O atacante Memphis Depay e o executivo de futebol Fabinho Soldado fizeram críticas públicas e internas à política do clube, apontando a atuação de dirigentes e conselheiros como fator de desgaste, insatisfação e interferência no dia a dia do futebol.
As manifestações ocorreram logo depois da vitória por 2 a 1 sobre o Vasco. Ainda no gramado, Memphis afirmou que pessoas ligadas à diretoria estariam prejudicando o clube. Fabinho Soldado, por sua vez, destacou a existência de uma minoria interna que, segundo ele, “parece só querer atrapalhar”. Nenhum dos dois citou nomes publicamente, mas, nos bastidores, os alvos das críticas são conhecidos.
Incômodo com vazamentos
Uma das principais queixas de Memphis Depay é o vazamento de detalhes de seu contrato. O jogador entende que a exposição dessas informações tem o objetivo de desgastar sua imagem perante a opinião pública. No vestiário do Maracanã, após o título, o camisa 10 voltou ao tema e também mencionou a pressão interna pela saída de Fabinho Soldado.
“Pessoas na diretoria precisam acordar. Eu sei exatamente de quem eu falo, e eles sabem exatamente quem são. Só deixem este clube”, disse Memphis, em entrevista no campo do Maracanã.
Vice-presidente citado nos bastidores
De acordo com fontes ouvidas nos bastidores, o vice-presidente Armando Mendonça é apontado como um dos dirigentes que geram desconfiança em Memphis. O dirigente nega qualquer problema com o jogador e afirma não ter participado do vazamento do contrato.
“Quando o Memphis fala sobre diretoria, está se referindo a todo mundo em volta da política do clube. Eu não sou um cara que fico criticando o contrato dele”, afirmou Armando, acrescentando que sempre defendeu a valorização do atleta.
Fabinho pede mais autonomia
Já Fabinho Soldado relata incômodo com conselheiros que pressionam por sua saída e com a atuação da chamada Comissão de Futebol, formada por membros do Conselho. Segundo o executivo, esse grupo interfere e tenta desgastá-lo internamente.
“Existe uma pequena minoria que precisa ser analisada, é uma parte que parece só querer atrapalhar o clube”, declarou Fabinho.
Posição da presidência
O presidente do Corinthians, Osmar Stabile, avalia que as críticas de Memphis se referem ao ambiente político conturbado do clube e defende o diálogo para resolver os conflitos internos.
"A gente precisa sentar, conversar e verificar onde está doendo, quais são as dores, para a gente resolver”, afirmou.
Mesmo com o título nacional, o Corinthians segue convivendo com disputas políticas internas, que agora ganham visibilidade a partir das manifestações de dois nomes centrais do departamento de futebol.