Um soldado do Exército, Valdir de Oliveira, alega ter sido agredido física e psicologicamente por superiores dentro de um quartel em Barueri, na Grande São Paulo, no dia 10 de março. O motivo inicial teria sido a perda da fivela do cinto do uniforme. O caso foi registrado em boletim de ocorrência, e o jovem afirma estar acamado em casa com sequelas físicas.
RELATO
Segundo o relato de Valdir ao G1, após informar a perda da fivela durante a troca de uniforme, um tenente o levou para uma sala escura, sem câmeras ou janelas, dentro do almoxarifado. Lá, ele teria sido forçado a fazer flexões enquanto era chutado e questionado sobre o "preço" da fivela. O soldado também mencionou humilhações durante a entrega das fardas.
Após o episódio, mesmo com dores intensas, Valdir afirma ter sido obrigado a retornar ao treinamento físico. Ele relatou ainda ter sido trancado em um quarto e submetido a mais atividades. Ele procurou atendimento médico no Hospital Municipal de Barueri após passar mal e vomitar sangue, recebendo recomendação de repouso que, segundo ele, não foi respeitada pelo quartel.
O QUE DIZ A DEFESA?
O soldado diz continuar sofrendo com fraqueza nas pernas, vômito de sangue e dores na coluna. O advogado de defesa, Eduardo Lemos Barbosa, classificou a situação como "tortura" com consequências permanentes.
O QUE DIZ O EXÉRCITO?
Em nota, o Centro de Comunicação Social do Exército informou que o soldado apresentou mal-estar em 12 de março, sendo prontamente atendido no posto médico local e depois no Serviço de Assistência Médica de Barueri (SAMEB), de onde teve alta no mesmo dia. No dia seguinte (13), com sintomas persistentes, foi levado ao Hospital Militar de Área de São Paulo (HMASP), permanecendo internado até 21 de março.
O Exército afirma que Valdir "encontra-se em recuperação em sua residência, seguindo o tratamento prescrito" e recebendo "a devida assistência médica". A instituição informou ainda que só tomou conhecimento do relato de agressão em 17 de abril, quando instaurou uma sindicância para apurar os fatos. O Exército ressalta que, "até o momento, não há qualquer indício de ocorrência de crime" e reitera seu compromisso com a legalidade e a ética.
Com informações do G1.