Abate de jumentos dispara e alerta cientistas no Brasil; veja como ajudar

Desde os anos 80, há leis que permitem o abate, e desde 2017 um decreto dá segurança para comercializar, que regulamenta como se deve abater mulas, cavalos e jumentos.

jumento | Getty Images
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Há nove anos, a educadora Márcia Freitas encontrou um jumentinho acuado em um dos cantos da cidade de Fortaleza. O bicho estava com as patas machucadas, mas ninguém parou para ajudá-lo. Olhando de mais perto, se via que era uma fêmea. Márcia também foi embora, sem saber o que poderia fazer, mas a situação tirou seu sono .

"Como pode alguém judiar de um bicho que carregou Jesus Cristo?", se perguntava.

No dia seguinte, ouvindo um conselho da irmã, Márcia reencontrou a jumenta no mesmo canto do dia anterior, ainda machucada, e ela chamou um veterinário e decidiu adotá-la e chamá-la de Princesa. Assim, Márcia inaugurou um abrigo para jumentos.

Número de jumentos no Brasil caiu de 600 mil para 300 mil,. (Foto:  Ciro Barros - Agência Pública)

A iniciativa dela é parte de um esforço coletivo de ONGs, ativistas e pesquisadores para dar esperança a milhares de jumentos no Brasil e no mundo. A espécie é símbolo da resistência e trabalho nas regiões áridas do país, mas há uma luta para criar novas relações de bem-estar com esses equídeos. Há iniciativas que permitem adotar jumentos ou a resgatá-los das ruas brasileiras.

Senso revela aumento do número de jumentos mortos para abate. (Foto: Tepic/Getty Images/iStockphoto)

Entre 2006 e 2017, o número de jumentos no Brasil caiu de 600 mil para 300 mil, segundo o IBGE. De 2015 a 2018, 91.645 jumentos foram mortos para abate, um aumento de 8.000%, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Jumento para exportação 

O Brasil é um importante exportador de carne e couro de equídeos. Desde os anos 80, há leis que permitem o abate, e desde 2017 um decreto dá segurança para comercializar, que regulamenta como se deve abater mulas, cavalos e jumentos.

A carne e couro de equídeos são exportadas. (Foto: Getty Images)

Entre 2010 e 2014, foram cerca de mil abates de jumentos, também chamados jegues e asnos, no país. O aumento repentino se deu com a regulamentação da exploração comercial de pele e carne equina. Consequentemente, a partir de 2017 o número de abates legais subiu 8.000% entre 2015 e 2018, com a participação de frigoríficos na Bahia que vendiam especialmente para compradores asiáticos.

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