Após 5 cirurgias,gêmeas siamesas são separadas

Depois de um ano, as meninas voltaram para casa

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Dois anos após a separação das gêmeas siamesas Maria Ysabelle e Maria Ysadora começar a ser planejada, elas enfim deixaram o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), onde passaram por cinco cirurgias, marcando o primeiro caso com elevado nível de complexidade do país. A informação foi divulgada nesta sexta-feira na página no Facebook da unidade de saúde.

"Página feliz da nossa história. Dia de alegria no HC! As gêmeas estão voltando para casa. Pai e mãe, cada um com uma no colo. Sejam muito felizes Maria Ysabelle e Maria Ysadora", afirma o post do hospital.

Divulgação / Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto 

O pai das meninas, Diego Farias, escreveu em seu perfil da rede social que esta quinta-feira foi o "dia de despedida".

"Obrigado a todos que estiveram conosco nessa grande batalha", afirmou.

As gêmeas craniópagas (unidas pelos crânios) nasceram em Aquiraz, no Ceará, para onde agora podem voltar com os pais. A tão esperada última cirurgia, no dia 27 de outubro do ano passado, durou cerca de 20 horas e foi um sucesso, mas a família continuou a morar em Ribeirão Preto porque elas ainda precisavam de acompanhamento médico.

De acordo com o hospital, foram realizadas cinco grandes cirurgias, espaçadas por períodos de aproximadamente dois meses, sendo intercaladas por outras cirurgias de menor porte para reparos plásticos.

A iniciativa de levar as meninas ao Hospital das Clínicas partiu do neurocirurgião Eduardo Jucá, que foi residente da neurocirurgia da unidade e também participou das operações.

O planejamento da separação de crânio das irmãs siamesas envolveu uma equipe composta por neurocirurgiões, cirurgiões plásticos, neuroradiologistas, anestesistas, pediatras intensivistas e enfermeiros, que foi liderada pelos professores Hélio Rubens Machado e Jayme Farina Júnior.

Todo o processo de preparação contou com a consultoria do especialista americano James Goodrich, do Montefiore Medical Center, em Nova York, que já operou casos semelhantes. Os crânios e os cérebros das meninas foram reconstruídos de forma tridimensional, e um molde de acrílico, produzido nos Estados Unidos, detalhou cada veia e artéria.

Reprodução / Facebook

O anúncio da primeira cirurgia, que era, até então, inédita no Brasil, foi feito no dia 22 de janeiro de 2018. No dia 17 do mês seguinte, ocorreu o primeiro procedimento, no qual participaram 30 profissionais.

A segunda cirurgia, ocorrida no dia 3 de maio, foi destinada à separação dos vasos sanguíneos e de expansão da pele. Assim como nas duas primeiras intervenções, o terceiro procedimento, realizado no dia 3 de agosto, ficou concentrado na desvinculação de veias que uniam as duas cabeças.

Na quarta cirurgia, no dia 24 de agosto, foram implantados quatro expansores subcutâneos, semelhantes a bolsas de silicone, permitindo que a pele tivesse elasticidade para que, no final, os crânios pudessem ser totalmente cobertos.

Após a última operação, as pacientes receberam alta em 7 de dezembro, e chegaram a visitar seu estado de origem, mas tiveram que voltar ao hospital no dia 30 para passarem por um tratamento de reabilitação no final de janeiro.



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