Após denúncias de uso de trabalho escravo, pastelarias dos chineses têm queda no movimento

Uma das denúncias investigadas pelo Ministério Público do Trabalho, agora com a ajuda do Procon, é que algumas pastelarias podem estar vendendo carne de cachorro congelada

Avalie a matéria:
|
FACEBOOK WHATSAPP TWITTER TELEGRAM MESSENGER

Um dia após auditores-fiscais do Trabalho terem autuado, em parceria com o Procon, diversas pastelarias do Rio e da Baixada Fluminense pelas condições de trabalho e de higiene, o funcionamento das lanchonetes do Centro e da Zona Sul era normal na manhã de sábado, mas com poucos clientes.

Em pastelarias de Laranjeiras, Copacabana e na Região Portuária, a maioria dos funcionários não quis comentar as investigações, que envolvem denúncias de trabalhadores mantidos em condições análogas à escravidão. A pastelaria da Rua Camerino — onde, na sexta-feira, além das más condições de higiene, fiscais do Trabalho encontraram um chinês sem documentos e vivendo num buraco no sótão — estava de portas abertas.

Uma das denúncias investigadas pelo Ministério Público do Trabalho, agora com a ajuda do Procon, é que algumas pastelarias podem estar vendendo carne de cachorro congelada, já que o produto foi encontrado em um estabelecimento em Parada de Lucas.

Dono de uma pastelaria na Rua Senhor dos Passos, o chinês Chan Taquan, de 67 anos, disse estar revoltado com a situação. Segundo ele, maus comerciantes estão prejudicando os negócios de quem atua com seriedade no ramo há muitos anos.

— Maus comerciantes que chegaram nos últimos dez anos queimam a imagem dos bons — disse Chan Taquan, que há 30 anos tem loja no Centro.

Artesã, Fátima Rizzo comia pastéis com as filhas e netas no local e afirmou que evita carne.

— Quando eu como, só pego o de queijo — disse ela.

OPERAÇÃO YULIN

Na sexta-feira, a Superintendência Regional do Trabalho e Emprego e o Procon realizaram a quarta fase da operação Yulin. Quatro chineses que trabalhavam em lanchonetes do Centro e de Vila Isabel foram levados porque estavam sem documentos. Segundo a Superintendência, foi confirmado que dois deles estavam em situação análoga a trabalho escravo. Eles trabalhavam sem receber desde que chegaram ao Brasil, em 2013, e viviam em situação precária nas pastelarias.



Participe de nossa comunidade no WhatsApp, clicando nesse link

Entre em nosso canal do Telegram, clique neste link

Baixe nosso app no Android, clique neste link

Baixe nosso app no Iphone, clique neste link


Tópicos
SEÇÕES