Luz, câmera, ação. Sem dúvidas, um cenário perfeito no meio do sertão de riquezas naturais e culturais. Assim é o belíssimo Estado da Paraíba, que estrela a programação desta sexta-feira (30) da Rede Meio Norte na Caravana Turismo Nordeste, em uma parceria com a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur).
A beleza exótica da região mais árida da Paraíba, a do Cariri, revelou um tesouro em estilo internacional: a “roliúde nordestina”. O movimento de turistas é intenso. Em Cabaceiras, por exemplo, é quente o ano todo. É a cidade que menos chove no Brasil.
Cabaceiras foi locação de cenas do filme O Auto da Compadecida (Foto: Reprodução/Internet)
Esse é um dos fatores que atrai gravações para a pequena cidade de pouco mais de 5 mil habitantes. Até agora foram 50 produções, dentre elas o filme “O Auto da Compadecida”.
Mércia Farias, diretora municipal de Turismo de Cabaceiras, conta que a cidade viveu um antes e depois do filme, com a participação de Fernanda Montenegro.
“É a paixão nacional. Todo mundo conhece a produção, então as pessoas passaram a vir aqui para gravar novos filmes e conhecer o local do filme. Após 1998, ano do filme, nós ficamos mais conhecidos”, revela.
A produção curtumeira também é forte na região. “O artesanato em couro é o nosso forte. A nossa economia é gerada a partir disso, através de um distrito que produz para todo o Brasil e mundo. É um fator de desenvolvimento para a cidade”, acrescenta.
Acervo de gravações
Pelas ruas, João Grilo e Xicó eternizam o filme baseado na obra do paraibano Ariano Suassuna que mudou literalmente a história do lugar.
E é no Memorial Cinematográfico onde fica exposto o acervo de gravações. A linha do tempo mostra que antes do Auto da Compadecida Cabaceiras já tinha vocação de ser a “roliúde”.
O centro histórico é na verdade uma verdadeira cidade-cenário, inclusive, alguns moradores viram atores. O seu Zé Cila, por exemplo, é uma das figuras que saiu do anonimato e ajudou a difundir a cidade. “Os turistas vêm da Austrália, Croácia, Portugal, Rússia. O filme mudou minha vida”, conta.
Formações rochosas do Lajedo do Pai Mateus
Perto dali, a 25 km de estrada de chão, a primeira maravilha da Paraíba: o Lajedo do Pai Mateus, com rochas arredondadas de 500 milhões de anos e de até 4 metros de altura. No mundo, formações geológicas como essas só existem na Paraíba, África e Austrália.
Em algumas paredes, pinturas rupestres atribuídas aos índios Cariris, que viveram no local, assim como o pai Mateus, que era um curandeiro e morava sob as rochas no século XVIII.
As formações rochosas chamam a atenção de quem visita o lugar (Foto: Reprodução/Internet)
“Ele era um curandeiro que vivia nessas rochas. Ele recebia as pessoas doentes nessa área onde estamos e os tratava com a medicina da natureza. E a formação geológica é algo que se destaca”, considera Tiago Farias, guia local há mais de 10 anos.
A cultura do bode e do artesanato são as outras forças da região. A Caravana Turismo Nordeste encontrou até uma “Bodeoca”. “É uma tapioca de carne de bode. Misturei as palavras. A carne tem que ser do traseiro do bode, uma carne macia”, revel Jane Silva, tapioqueira.
São João de Campina Grande atrai turistas
A Rainha da Borborema era o chamego do Rei do Baião, Luiz Gonzaga, que nasceu em Pernambuco, mas reconheceu que a história do forró começou em Campina Grande.
Sabe os Tropeiros da Borborema, da música de Luiz Gonzaga? Eles são personagens centrais da história de Campina. E o museu Digital é uma imersão sensorial que conta como eles transportavam mercadorias: o algodão, a carne de charque e o couro.
“Foram dois anos sem festa, dois anos sem turismo. Temos o maior São João, competindo com Caruaru”, conta Valmir Nascimento, segurança.
E São João tem o quê? Quadrilha, é claro. Lorena Costa, coordenadora e noiva da quadrilha Moleka 100 Vergonha, sabe bem o que é isso. Em 22 anos de espetáculo, a quadrilha Moleka 100 Vergonha já ganhou todos os prêmios possíveis.
“A gente nasce para dançar. Quem nasce em Campina nasce quadrilheiro. Minha avó me levava para dançar quadrilha e eu aprendi”, aponta.
Paraíba tem um litoral com belas praias
A brisa que sopra do agreste agita as ondas que banham as praias do litoral, de norte a sul. Na cidade do Conde, entre as falésias coloridas, um mar calmo de água cristalina na praia do Coqueirinho, eleita umas das 10 mais lindas do Brasil. Em Tambaba, onde é praticado o naturismo, as pedras e coqueiros formam uma paisagem paradisíaca.
Lidiana Richene é autônoma e fala sobre o paraíso que é esse lugar. “São praias lindas com uma beleza indescritível. Só vindo para visualizar e acreditar”, revela.
Privilegiada geograficamente, a capital João Pessoa atrai turistas o ano inteiro. Por lá, as praias também dão o tom que o turista gosta. Na Barra do Gramame, as águas do rio deságuam no mar. A beleza é de tirar o fôlego.
Praias de João Pessoa são uma atração à parte na Paraíba (Foto: Reprodução/Internet)
A direção dos ventos leva os catamarãs até as piscinas naturais do Picãozinho e do Seixas. A praia mais urbana é a de Cabo Branco, onde a sombra e a água de coco para refrescar caem bem, pois o sol não dá trégua.
Para conhecer melhor a orla que faz divisa com a praia de Tambaú é frequente usar os patinetes, triciclos e quadriciclos. Cinthia Sampaio é fonoaudióloga de Iporá, Goiás, e vem pelo menos duas vezes por ano. “Aproveito o clima. Venho de seis em seis meses para aproveitar o mar e essas belezas da região”, revela.
Ao lado do Farol de Cabo Branco, em cima de uma falésia, é possível estar em contato com a natureza no Parque Ecológico Parque dos Sonhos. A vista é deslumbrante.
E da Rosa dos Ventos, de onde é possível ver o ponto mais oriental das Américas, até a Ponta do Seixas, que é conhecido como o lugar onde o sol nasce primeiro no Brasil, é um encantamento atrás do outro.
A verdade é que, seja no sertão ou no mar, em cada cenário da poética Paraíba, que tem um povo caloroso e consciente da riqueza cultural e natural do próprio Estado, é possível desembarcar e ser feliz.