Mesmo com o mês de julho já iniciado, os rios do Amazonas continuam subindo. Em Manaus, o nível do Rio Negro chegou a 29,04 metros na sexta-feira (4), marca incomum para esta época do ano. A última vez que isso aconteceu foi em 2014. Normalmente, nesse período, os rios começam a baixar. As informações são do g1.
De acordo com o Serviço Geológico do Brasil (SGB), a expectativa é de que o Rio Negro não ultrapasse o recorde de 30,02 metros registrado em 2021.
Além da capital, cidades como Itacoatiara, no Rio Amazonas, e Manacapuru, no Rio Solimões, também seguem com os níveis elevados. A cheia já atinge 40 dos 62 municípios do estado, colocando mais de 530 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.
Níveis dos rios nas cidades
Segundo a Defesa Civil, os dados mais recentes mostram que os rios seguem cheios em várias regiões. Veja algumas cotas registradas nesta sexta-feira (4):
Fonte Boa (Rio Solimões): 21,57 metros
Manacapuru (Rio Solimões): 19,75 metros
Itacoatiara (Rio Amazonas): 14,42 metros
Parintins (Rio Amazonas): 8,42 metros
Manaus (Rio Negro): 29,04 metros
As chuvas registradas nos últimos dias em Manaus e em outras áreas da bacia amazônica explicam a elevação dos níveis. A pesquisadora do SGB, Jussara Cury, explica que o volume de água da parte norte da bacia está sendo retido pela força do Rio Solimões, que ainda está alto, o que impede o escoamento do Rio Negro.
Ela destaca ainda que esse comportamento dos rios não é inédito. Em anos como 2009 e 2014, também houve cheias prolongadas com o mesmo padrão. Atualmente, o Rio Negro oscila cerca de um centímetro por dia, o que indica que está perto de iniciar o período de vazante.
Impactos e medidas de apoio
De acordo com o Comitê Permanente de Enfrentamento a Eventos Climáticos, 133 mil famílias foram atingidas pela cheia. O Governo do Amazonas já distribuiu mais de 580 toneladas de alimentos e milhares de caixas d’água, além de equipamentos de purificação.
Na capital, a Prefeitura de Manaus montou pontes provisórias em bairros como Educandos, Matinha e Presidente Vargas. Famílias em áreas de risco receberão cestas básicas, kits de higiene e água potável.
Na educação, 444 alunos de quatro municípios seguem com aulas remotas. Já no meio ambiente, mais de 2 mil toneladas de lixo foram recolhidas neste ano, e ecobarreiras evitaram que outros resíduos chegassem aos rios.
A Defesa Civil segue monitorando a situação e orienta que, em caso de emergência, a população acione o número 199 ou o telefone (92) 98802-3547.