O ato de pensar não é simples, nem se dá de forma isolada. Ao contrário, constitui-se de uma série de componentes, como que etapas, que, juntos, resultam no pensamento. Um desses pilares é a aprendizagem. Mas como se dá esse processo? De que forma a aprendizagem influencia na capacidade de pensamento?
Nos processos de aprendizagem, o ser humano vivencia a aquisição de conhecimento por meio do estudo, da experiência e/ou da interação com o ambiente. Esse movimento é feito durante toda a vida, desde a infância (estudos iniciais), idade adulta (estudos acadêmicos), até a velhice. Tão importante quanto respirar, a educação assume o papel de nos mostrar sistematicamente tudo o que já foi descoberto pelo homem, capacitando-nos a colaborar com o desenvolvimento da humanidade. O desenvolvimento individual é precedido pela percepção individual. A escolha dos objetos de estudo também é determinante e influencia a formação dos padrões de pensamento do indivíduo, moldando as suas atitudes. A educação, nesse contexto, assume o papel de mostrar todas as opções possíveis em termos de vivência.
A percepção constitui o ponto de partida para o processo de aprendizagem. Em seguida, o indivíduo direciona sua atenção a determinado objeto, apreendendo-o por meio da memória. Nesse momento, é possível que ele faça associações com conhecimentos adquiridos previamente. A motivação atua como um fator essencial de envolvimento e persistência, mantendo o indivíduo focado em seu propósito de aprender. A compreensão é a assimilação profunda das informações. Com ela, é possível colocar em prática o conhecimento adquirido, manejando a experiência necessária para sedimentar o aprendizado. O feedback aparece como um instrumento de apoio para ajustar eventuais desvios, corrigindo entendimentos e comportamentos contraditórios. Por fim, o processo de aprendizagem chega ao seu fim com a reflexão (análise crítica do saber) e a aplicação no meio (interação social).
Esse processo ocorre inúmeras vezes ao longo da vida do ser humano, desde a infância, quando os primeiros estímulos para o desenvolvimento cognitivo são recebidos, até a idade mais avançada. Em tudo, aprendemos algo. A educação desempenha um papel importante em orientar esse fluxo, proporcionando (em um contexto ideal) um ambiente estimulante que promova a curiosidade, a experimentação e a descoberta, ampliando e otimizando a capacidade de aprendizagem.
As abordagens pedagógicas desempenham um papel essencial nessa conjuntura, impactando diretamente na compreensão dos objetos estudados e de seus contextos. Elas podem assumir uma natureza individualista ou coletiva, dependendo da cultura e do contexto social do indivíduo. A inclusão e a valorização da diversidade entram em cena como necessidades cruciais para reconhecer a variedade de estilos de aprendizagem.
E aqui é importante ressalvar que aprendizagem e estudo não precisam, necessariamente, seguir o itinerário formal e acadêmico. Não é apenas em escolas e faculdades que aprendemos, mas com tudo a que prestamos atenção e sobre o que refletimos de forma crítica e analítica. O aprendizado se dá pela experimentação, pelas vivências. Tudo isso traz conhecimento e enriquecimento intelectual.
Também necessário destacar que a capacidade de aprendizado não é estática; pelo contrário, estende-se ao longo da vida. Com o passar do tempo, novas formas de pensar, aprender e agir são incorporadas à sociedade, o que nos exige permanecer versáteis e adaptáveis às novas informações, tecnologias e mudanças no ambiente. Os instrumentos para que a aprendizagem se concretize também merecem destaque. A incorporação de tecnologias adequadas e recursos pedagógicos são essenciais para o aprimoramento do aprendizado, incluindo o acesso a bibliotecas, aulas, laboratórios, computadores, instrumentos musicais, estudo de línguas, cursos de sobrevivência etc.
Por último, a motivação e o envolvimento são essenciais para um processo de aprendizagem concreto e eficaz, pois eles serão os fatores psicológicos capazes de assegurar que o indivíduo permaneça ativo, assimilando todos os conteúdos. É assim, aprendendo a aprender, que se aprende a pensar com mais propriedade, e não apenas receber informações e admiti-las, sem senso crítico ou avaliação de valor.
Janguiê Diniz - Fundador e presidente do Conselho de Administração do grupo Ser Educacional, Fundador da JD Business Academy, Presidente do Instituto Êxito de Empreendedorismo e da ABMES - Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior