O Brasil se despediu, em 13 de maio de 2025, de uma de suas maiores figuras espirituais: Divaldo Pereira Franco, que faleceu aos 98 anos, em Salvador (BA), vítima de falência múltipla dos órgãos após uma batalha contra um câncer na bexiga.
Nascido em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana, Divaldo foi médium, orador, escritor e filantropo, sendo considerado por muitos o sucessor natural de Chico Xavier. Desde a infância demonstrava sinais de mediunidade, enfrentando desafios até encontrar no espiritismo sua missão de vida. Psicografou mais de 250 livros, traduzidos para cerca de 17 idiomas, com milhões de exemplares vendidos. A maioria dessas obras foi ditada por sua mentora espiritual, Joanna de Ângelis.
Seu maior legado social foi a Mansão do Caminho, fundada em 1952 em Salvador com Nilson de Souza Pereira. A instituição acolheu e educou milhares de crianças em situação de vulnerabilidade, oferecendo moradia, ensino, atendimento médico e oficinas profissionalizantes. Divaldo, que nunca teve filhos biológicos, foi chamado de "Tio Divaldo" por cerca de 680 jovens que criou como filhos.
Reconhecido internacionalmente, proferiu entre 12 mil e 20 mil palestras em mais de 60 países, promovendo a doutrina espírita e mensagens de paz. Em 1998, lançou o Movimento Você e a Paz, que uniu religiões e culturas em prol da fraternidade. Sua vida inspirou o filme "Divaldo – O Mensageiro da Paz", lançado em 2019.
Divaldo Franco faleceu em casa, na Mansão do Caminho, cercado por amor e cuidado. O velório e sepultamento seguiram seus desejos de simplicidade. Seu legado transcende a religião: é símbolo de amor ao próximo, educação transformadora e fé na humanidade.