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Exclusivo Irmã piauiense que trabalha no Vaticano revela impacto da morte do Papa Francisco: “Foi como perder um pai”

Religiosa de José de Freitas fala sobre o clima no Vaticano, as lembranças com o pontífice e expectativas para a sucessão.

Irmã Francisca em entrevista ao programa Notícias do Dia, da jornalista Cinthia Lages. | Divulgação/Reprodução

Em entrevista concedida ao programa Notícias do Dia, apresentado pela jornalista Cinthia Lages nesta segunda-feira (21), a piauiense Irmã Francisca, que atua como religiosa no Vaticano, compartilhou o sentimento de luto e perplexidade que tomou conta da Santa Sé após o falecimento do Papa Francisco.

Foi um choque muito grande, também porque ontem nós estivemos na missa da Páscoa do Senhor, e o Papa dava a bênção, passou perto da gente e tudo. Era muito sério, mas nós não imaginávamos que hoje já não estaria mais conosco”, contou.

Irmã Francisca em entrevista ao programa Notícias do Dia, da jornalista Cinthia Lages (Foto: Reprodução)

“A gente está ainda sem palavras”, diz irmã piauiense

Segundo Irmã Francisca, a notícia da morte chegou nas primeiras horas da manhã. “Quando, às 7h35, soubemos que ele tinha falecido, para nós foi um choque muito grande, porque ficamos todos um pouco perplexos, sem saber por onde começar.”

Ela relatou que as primeiras providências começaram imediatamente. “Já fecharam a parte da sacristia, e com certeza agora à tarde já está tudo fechado. Voltamos para casa para toda uma organização para amanhã, que já será com o pálio ali na Basílica de São Pedro.”

A religiosa também demonstrou surpresa diante da perda repentina, mesmo com o histórico de saúde delicada do pontífice. “Ele estava doente, sim, mas é muito forte, já superou tantas. Ontem ele parecia com dificuldade para falar, mas ninguém imaginava que hoje seria a Páscoa dele, que o Senhor o chamaria para o Reino.

“O Papa é como um pai”

Com voz embargada, a irmã comparou a dor com a perda de uma figura paterna. “É como morreu um pai. A gente nunca está preparado para esse momento. O Papa para a gente é como um pai, porque, de certa forma, ele é como Cristo na terra.

Francisca vive no Vaticano há vários anos e esteve próxima de diferentes pontífices. Com Francisco, no entanto, a relação parece ter sido ainda mais profunda: “Conviver com o Papa Francisco foi uma experiência muito linda, porque ele vai além das expectativas. Geralmente ele faz pensar que é Jesus mesmo.


PERIFERIAS E MISERICÓRDIA

Durante a entrevista, Irmã Francisca destacou o papel de Francisco na evangelização dos mais excluídos. “Quando ele ia às periferias, ele queria praticamente fazer conhecer a Igreja àquelas pessoas. Abrir o horizonte e dizer: ‘Estamos no jubileu, Deus perdoa todos os pecados’.

Ela recordou com carinho a missão do Papa com os marginalizados: “Com o Papa Francisco, essa experiência de buscar os pobres, os mais afastados da Igreja, era muito forte. Ele vivia o Evangelho da ovelha perdida: deixava as 99 e ia buscar aquela que estava longe.

Religiosa comenta expectativas para o novo líder da Igreja

Questionada sobre os nomes cotados para a sucessão, Irmã Francisca foi cautelosa. “Estamos realmente surpresos. A preocupação agora é: quem será? Quem poderia, neste momento, ser eleito como o novo Papa?

Ela lembrou que, em 2013, a eleição de Francisco também surpreendeu. “Na vez anterior, pensavam em tantos cardeais conhecidos, como o de Milão, mas no final apareceu um Papa da Argentina, que a gente nunca podia imaginar.

Entre os nomes mencionados pela imprensa, como os cardeais Peter Turkson (Gana) e Luís Antônio Tagle (Filipinas), ela reconheceu que ainda não tem informações claras. “Não sabemos ainda. Fala-se na possibilidade de um Papa africano ou asiático, mas neste momento não há nada certo.


FÉ E RESISTÊNCIA

Em tom de despedida, Irmã Francisca agradeceu o carinho dos brasileiros e reforçou a necessidade de fé neste momento difícil: Estamos unidos nas orações. Neste momento, é só oração. Deus sabe tudo.

Com a colaboração de Francy Teixeira

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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