Na manhã desta quarta-feira (24), a ex-ministra da Saúde do Brasil e cientista social, Nísia Trindade, está em Teresina, onde recebe a homenagem do título de Cidadania Teresinense. Ao Notícias da Manhã, ela destacou pontos importantes sobre a saúde no país.
Trindade ressaltou a importância da vacina e chamou atenção para aquelas que estão incluídas no calendário do Sistema Único de Saúde (SUS), definindo-as como fundamentais, além da vacina contra a Covid-19, que mesmo não estando mais em estado de pandemia, ainda é grave. Em 2023, o Brasil estava na lista dos 20 países que menos vacinavam, mas conseguiu reverter esse quadro.
Relembrando o trabalho de combate feito durante a crise dos Yanomami, a ex-ministra parabenizou a continuidade dada pelo ministro Padilha à campanha iniciada em sua gestão. A ex-gestora disse ainda não ter ficado chateada com sua saída do ministério, apesar da expectativa de permanecer durante os quatro anos do governo Lula, mas afirmou compreender os processos.
Diálogo com os parlamentares
Uma das especulações sobre a saída de Nísia da pasta seria a dificuldade na liberação de emendas e o diálogo com deputados do Centrão. Para a pesquisadora, o diálogo não foi um problema: ela destacou a boa convivência tanto com parlamentares da base quanto com a oposição. Já sobre as emendas, a cientista ressaltou que as mudanças nas mesmas podem ter gerado uma distorção no ponto de vista sobre como melhorar as políticas públicas, e defendeu maior equilíbrio entre os poderes.
Misoginia durante o mandato
Os ataques à imagem pessoal da ex-ministra durante sua gestão foram outro ponto marcante. Para Nísia, isso é reflexo de uma sociedade preconceituosa e machista, mas em nenhum momento houve o pensamento de desistir.
Hoje nós temos uma cultura muito superficial, e eu acho que isso deixa em segundo plano o que é fundamental: o que o Brasil precisa, o que a saúde precisa. Eu me concentrei nisso. Foram muitos desafios, desafios ligados à mudança do mundo, afirmou.