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Presidente do TCE vê urgência na gestão pública de Teresina e defende diálogo sobre empréstimos

Segundo ele, a cidade enfrentava um cenário caótico, com serviços públicos comprometidos, e a atual gestão conseguiu promover uma “normalidade administrativa”.

| Raíssa Morais

O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Kennedy Barros, afirmou que a situação de Teresina exige atenção e planejamento no que diz respeito ao uso de recursos públicos e à tentativa da prefeitura de renegociar dívidas com instituições financeiras. 

A declaração foi feita durante o programa Notícias do Dia, apresentado por Cinthia Lages, após questionamento sobre o que considera mais grave e urgente na administração municipal. Segundo ele, a cidade enfrentava um cenário caótico, com serviços públicos comprometidos, e a atual gestão conseguiu promover uma “normalidade administrativa”. No entanto, ele destaca que essa normalidade não significa a resolução total dos problemas: “Falta recurso. A gestão atual trouxe uma organização, mas ainda há deficiências graves.”

Kennedy Barros, do TCE, alerta para a situação de Teresina e defende planejamento no uso de recursos públicos e renegociação de dívidas. | Foto: Raíssa Morais

Sobre a tentativa de distrato do empréstimo contraído pela prefeitura, Barros ponderou que não se trata de uma negativa definitiva por parte das instituições, mas de um processo que exige negociação. “Esse tipo de distrato não é aceito de uma hora para outra. É preciso sentar, conversar, propor. Isso não é o fim do diálogo, é o início de uma discussão”, disse.

O presidente do TCE também comentou o episódio em que, no ano passado, a prefeitura remanejou recursos da saúde para outras áreas, mesmo diante da retirada de equipamentos do Hospital de Urgência de Teresina (HUT) por falta de pagamento. O tribunal atuou com uma liminar que determinou o retorno dos equipamentos e impediu a continuidade do remanejamento. “É por isso que defendemos a fiscalização simultânea, o pari-passo. Com ela, é possível agir mais rápido e corrigir falhas antes que se agravem”, afirmou.

Kennedy Barros também alertou para o custo elevado dos juros das operações de crédito contratadas por Teresina. “Estamos falando de juros de 24% a 25% ao ano. Isso é considerado caro para o poder público. O objetivo do prefeito ao tentar renegociar a dívida é pagar menos e liberar margem para investimentos”, explicou.

Apesar das dificuldades, Barros reforçou que é possível buscar soluções com planejamento e articulação institucional. Ele acrescentou que o TCE tem atuado em todo o estado com ações educativas e fiscalizatórias, como as Jornadas do Conhecimento, que já percorreram os 224 municípios do Piauí nos últimos dois anos.

“Fiscalização exige responsabilidade, respeito e apuração. Denúncia não chega ao tribunal como verdade ou mentira, mas como um fato a ser analisado. É preciso investigar até o fim, sem pré-julgamentos. O maior patrimônio das pessoas é o moral, e ele deve ser preservado”, concluiu.

*** As opiniões aqui contidas não expressam a opinião no Grupo Meio.
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