Detento da Penitenciária Irmão Guido escreve e deverá lançar livro

“Jacaré Bitonho: o poder do Espírito Santo”.

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O reeducando Alberonio Alves, da Penitenciária Irmão Guido, em Teresina, encontrou na literatura a motivação para abandonar o mundo do crime e seguir adiante. Aos 40 anos, o interno produziu uma coletânea com 10 fábulas intitulada "Jacaré Bitonho: o poder do Espírito Santo", que, futuramente, será transformada em livro.

Segundo o interno, a obra traz, como tema central, histórias relacionadas à evangelização. A narrativa se passa entre uma lagoa chamada Alvorada, a floresta Paraíso e a floresta Espaçosa. Intercalado com o folhear de páginas de livros do Projeto Leitura Livre, desenvolvido na unidade, a produção das histórias nasceu da necessidade de Alberonio em continuar participativo na vida do filho de apenas 5 anos de idade.

“Errei e paguei um alto preço, porque perdi minha família. O livro nasceu com intenção de evangelizar meu filho. De alguma forma, eu queria continuar a fazer parte da vida dele. Posso estar preso, mas minhas palavras e as de Deus não estão”, diz o reeducando.

Alberonio divide o tempo entre as atividades de limpeza no refeitório da unidade e a produção literária. Além da criação das fábulas, o interno também desenvolve composições musicais sobre as narrativas do Jacaré Bitonho, peças de teatro e louvores para ajudar na evangelização de outras pessoas.

“Comecei a escrever em um momento de muito sofrimento. Quantas pessoas lá fora se sentem livres, mas ao mesmo tempo estão presas em seus corpos e seus próprios pensamentos? Quero contribuir de alguma forma também com essas pessoas”, pontua Alberonio.

Reeducando fez prova do Enem

Alberonio Alves realizou as provas do último Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), visando uma vaga para o curso de Química. Com uma nota de corte de 554,9, o reeducando diz que não obteve a classificação por questão de dois décimos e agora aguarda na lista de espera.

“Foi um desafio muito grande. Participei da revisão do Enem realizada na unidade e, aos poucos, comecei a relembrar de algumas coisas. No dia da prova, fui um dos últimos a terminar, pois quis aproveitar, até o ultimo momento, a chance que me foi dada para realizar o exame”, comenta o interno.

Mesmo diante dos desafios frente aos estudos, Alberonio se mostra confiante e determinado para conseguir objetivos futuros. “Minha vida não acabou e nem meus sonhos. Estou recomeçando a minha vida aqui dentro. Quero me formar, e ser alguém realmente”, frisa o reeducando.

A iniciativa de Alberonio Alves é vista como fundamental para incentivar mudanças de comportamento e para uma boa ressocialização. Projetos educacionais têm sido desenvolvidos nas unidades prisionais, a exemplo do Leitura Livre,  contribuindo para a humanização do sistema prisional.

Número de pessoas estudando nos presídios aumenta

Neste ano, foram matriculados 927 reeducandos nos programas educacionais desenvolvidos nas unidades prisionais, um aumento de 347 internos estudando, em comparação a 2015.



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