SEÇÕES

Agência Moody's cita risco fiscal e piora perspectiva de crédito do Brasil

Segundo a Moody’s, a decisão reflete problemas fiscais e uma deterioração na capacidade do governo de pagar a dívida pública. A agência listou os principais fatores que influenciaram a revisão da perspectiva:

Moody's cita risco fiscal e piora perspectiva de crédito do Brasil | Foto: REUTERS/Brendan McDermid
Siga-nos no

A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou nesta sexta-feira (30) a perspectiva da nota de crédito do Brasil de positiva para estável. Apesar da mudança, a classificação Ba1 foi mantida — um nível abaixo do grau de investimento, que é o selo de “bom pagador”.

Segundo a Moody’s, a decisão reflete problemas fiscais e uma deterioração na capacidade do governo de pagar a dívida pública. A agência listou os principais fatores que influenciaram a revisão da perspectiva:

  • Deterioração acentuada na capacidade de pagamento da dívida;

  • Rigidez dos gastos públicos e lentidão no avanço da credibilidade fiscal;

  • Aumento nos custos de financiamento, que limita a capacidade do governo de reduzir vulnerabilidades e estabilizar a dívida no curto prazo.

“A capacidade do governo de reduzir significativamente as vulnerabilidades fiscais e estabilizar o nível da dívida no curto prazo continua limitada pela rigidez dos gastos e pelo aumento dos custos de financiamento”, afirmou a Moody’s.

A agência alertou ainda que esses fatores reduzem o potencial de crescimento do PIB e prejudicam o avanço das reformas econômicas, mesmo reconhecendo que as medidas em curso contribuem positivamente para a qualidade do crédito do país.

Nota segue em Ba1

A nota de crédito do Brasil foi elevada em outubro de 2024, de Ba2 para Ba1, com perspectiva positiva à época. Com isso, o país ficou a um passo de voltar ao grau de investimento, perdido em 2015. A nova perspectiva estável, no entanto, afasta temporariamente essa possibilidade.

O nível Ba1 ainda é considerado grau especulativo, ou seja, indica que o país não está altamente vulnerável a riscos de crédito no curto prazo, mas enfrenta incertezas ligadas a condições econômicas e financeiras mais adversas.

Na prática, o Brasil ainda não recuperou o selo de bom pagador, que é fundamental para atrair investidores com menor apetite a risco e reduzir o custo da dívida pública.

Tópicos
Carregue mais
Veja Também