Alta na produção puxa confiança da indústria

Previsão de alta de emprego e produção puxa confiança da indústria

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 A melhora nas perspectivas da indústria de transformação brasileira para o emprego e a produção nos próximos três meses foi a principal responsável pela alta de 6,2% na confiança do setor em julho. O indicador de expectativas que compõe o ICI (Índice de Confiança da Indústria) da FGV (Fundação Getúlio Vargas) teve neste mês a segunda maior alta desde outubro de 2003, de 8,2%, sinalizando uma expectativa do mercado de que o pior da crise econômica no Brasil já passou.

A elevação só é superada pelos 8,4% de abril, último mês de recessão no país, segundo apontam pesquisas dos bancos Itaú Unibanco e Bradesco. De acordo com os dados da FGV, o indicador que mede o emprego previsto para o próximo trimestre subiu 11% em julho. Entre as empresas consultadas, 23,2% já afirmam que devem aumentar o contingente de mão-de-obra no período.

O dado foi responsável por 31,4% da alta do ICI neste mês e, segundo o coordenador de sondagens conjunturais da entidade, Aloisio Campelo, pode mostrar o ponto de inflexão entre o equilíbrio no emprego e o retorno das contratações no mercado. "O dado não indica que todos os setores estão voltando a contratar, mas mostra que todos estão evoluindo favoravelmente", afirma.

De fato, entre os 14 setores ouvidos pela sondagem, apenas o indicador do setor de metalurgia ainda está abaixo dos 100 pontos, a linha divisória entre o otimismo e o pessimismo dos empresários. O destaque ficou com o setor de material de transporte, bastante beneficiado pelas medidas do governo desde dezembro de 2008 e que teve contribuição de 22,4% na alta do índice de emprego previsto.

Produção

O indicador de produção prevista, por sua vez, cresceu 9,6% em julho, na comparação com junho, atingindo 130,2 pontos. O número está acima da média histórica do índice, de 121,2 pontos desde abril de 1995, e foi responsável por 22,7% da elevação na confiança da indústria neste mês. Para Campelo, a combinação dos dois índices, com destaque para o crescimento do emprego, deve gerar um aumento no Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) nos próximos meses, já que novas contratações significam um aumento na produção e uma consequente elevação no uso das máquinas da indústria.

O Nuci ficou em 79,8 pontos em julho, contra 79,4 em junho. O número ainda está abaixo da média histórica, de 82,2. O coordenador ressalta, porém, que a retomada do uso da capacidade será mais lenta do que a recuperação da confiança. "O Nuci deve atingir sua média no 4º trimestre deste ano, fechando o ano bem próximo dos 82,2 pontos, um pouco para cima ou um pouco para baixo", diz.

Estoques

Outro fator que pode ajudar na alta da utilização da capacidade instalada nos próximos meses é a melhora no indicador que mede os níveis de estoques na indústria. O índice subiu 1,3% --o que indica estoques mais ajustados-- entre junho e julho, atingindo 94,7 pontos. O número já estava acima da média histórica, de 88,5 pontos, desde março deste ano.

A porcentagem de empresas com estoque excessivo caiu para 11% neste mês e engloba os setores de mecânica, produtos alimentares e minerais metálicos. As companhias com estoques abaixo do normal, que somam 5,7%, estão concentradas nos gêneros de produtos farmacêuticos e veterinários, material de transporte e material elétrico e de comunicações. As empresas com estoques em equilíbrio somam 83,3%. Campelo afirma que esse ajuste nos estoques ainda não é uniforme. "O sentido é favorável, mas ainda não dá para dizer que o indicador chegou ao equilíbrio", segundo ele. A melhora nos indicadores reflete uma confiança dos empresários na continuidade do crescimento da demanda interna.

O indicador que mede o nível de consumo doméstico chegou aos 102,1 pontos em julho, ante 95,3 em junho, ultrapassando a média de 96,1 pontos desde abril de 1995. A alta foi de 7,1%. A avaliação sobre a demanda externa, porém, caiu 1,7%, para 71,1 pontos. "O indicador está praticamente estável em um nível muito baixo", diz Campelo. O número de julho está mais de 20 pontos abaixo da média histórica, de 93,6 pontos. "O fator limitador da recuperação no Brasil continua sendo a incerteza quanto à economia externa. Mas a tendência está dada, nós vamos nos recuperar, a menos que haja um novo grande choque no exterior."



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