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Bolsa ultrapassa 162 mil pontos após dados de desaceleração econômica

Dólar fecha em alta a R$ 5,42, pressionado por remessas ao exterior no fim do ano.

Ibovespa em alta | Foto: Paulo Whitaker/Reuters
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O mercado financeiro encerrou a segunda-feira (15) com movimentos distintos no Brasil, na última semana completa de funcionamento em 2025. A Bolsa de Valores registrou forte alta após a divulgação de dados que indicam desaceleração da economia, enquanto o dólar avançou diante do aumento das remessas de empresas ao exterior, movimento típico do período de encerramento do ano.

O índice Ibovespa, principal indicador da B3, fechou o dia aos 162.482 pontos, com valorização de 1,07%. Durante toda a sessão, o índice operou no campo positivo e conseguiu recuperar cerca de metade das perdas acumuladas desde o início de dezembro.

No início do mês, a bolsa brasileira havia alcançado um recorde histórico, ao atingir 164.485 pontos no dia 4. No pregão seguinte, porém, recuou 4,31%, em um movimento que coincidiu com o anúncio da pré-candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República em 2026.

DÓLAR AVANÇA COM REMESSAS AO EXTERIOR

No mercado de câmbio, o dólar comercial teve um desempenho oposto ao da Bolsa. A moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,423, com alta de 0,23%. Pela manhã, a cotação chegou a cair para R$ 5,38, mas inverteu a tendência ao longo da tarde e fechou próxima da máxima do dia. No acumulado de dezembro, o dólar sobe 1,63%, embora registre queda de 12,25% em 2025.

Dólar | Foto: Reprodução

A principal influência positiva sobre o mercado acionário foi a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que apontou retração de 0,2% da economia brasileira em outubro. O indicador é considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB).

A leitura de desaceleração econômica reforçou a expectativa de que o Comitê de Política Monetária (Copom) possa antecipar um corte na taxa básica de juros para a reunião de janeiro, o que tende a favorecer o mercado de ações ao reduzir a atratividade dos investimentos em renda fixa.

Já o avanço do dólar foi atribuído a fatores internos e externos. No cenário doméstico, as remessas de lucros de filiais de empresas estrangeiras para fora do país aumentaram a demanda pela moeda. No ambiente internacional, a queda nos preços do petróleo contribuiu para a desvalorização de moedas de países emergentes frente ao dólar.

Ao longo do pregão, o Ibovespa chegou a superar os 163 mil pontos, enquanto os contratos de juros futuros fecharam em queda em toda a curva. Os dados do IBC-Br mostraram que a retração da atividade foi influenciada principalmente pelos setores de indústria e serviços, enquanto o desempenho do agronegócio ajudou a evitar um resultado mais negativo no período.

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