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CEO que celebrou 700 demissões por IA vê prejuízo de R$ 550 milhões

A decisão de automatizar processos e promover a IA como símbolo de inovação virou motivo de críticas e instabilidade interna.

Klarna enfrentou deterioração no atendimento ao cliente | Foto: Divulgação
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Depois de comemorar a demissão de 700 funcionários trocados por inteligência artificial, a Klarna vê sua aposta tecnológica se transformar em pesadelo financeiro. A fintech sueca, conhecida pelo modelo “compre agora, pague depois”, registrou um prejuízo líquido de US$ 99 milhões no primeiro trimestre de 2025, o que equivale a R$ 550 milhões. O valor é quase o dobro das perdas do mesmo período no ano anterior. A decisão de automatizar processos e promover a IA como símbolo de inovação virou motivo de críticas e instabilidade interna.

Avatar 

💸A ousadia da Klarna chegou a incluir um avatar digital do CEO Sebastian Siemiatkowski apresentando os resultados trimestrais. No entanto, enquanto a empresa fazia propaganda da IA, os números revelavam outro cenário: as perdas com inadimplência subiram 17%, atingindo US$ 136 milhões, em meio a uma crise de crédito nos Estados Unidos, mercado-chave da fintech. O corte de 40% na força de trabalho, vendido como sinal de eficiência, se mostrou um tiro no pé.

Robôs 

Além do rombo financeiro, a Klarna enfrentou deterioração no atendimento ao cliente, com um aumento nas reclamações e queda nas avaliações públicas. O resultado foi a necessidade de recontratar funcionários humanos em áreas estratégicas, revertendo parte da transformação que havia sido vendida como inevitável. A imagem da empresa foi arranhada, e seus planos de IPO — que já previam uma avaliação superior a US$ 15 bilhões — foram colocados em compasso de espera.

Receita cresce

Apesar de registrar crescimento de 13% na receita, que chegou a US$ 701 milhões, os ganhos foram anulados por custos com reestruturação, depreciação e pagamentos baseados em ações. A parceria da Klarna com a OpenAI e a aposta em um assistente de IA eficiente não foram suficientes para conter a crise provocada por decisões apressadas e mudanças profundas no modelo operacional.

Alta tecnologia, baixa sensibilidade

Agora, a Klarna tenta reposicionar sua marca e recuperar a confiança de consumidores e investidores. A experiência serve de alerta para o setor financeiro: inovação não pode ser sinônimo de desumanização. Em um mercado cada vez mais atento à experiência do usuário e à responsabilidade corporativa, nem mesmo a mais avançada IA escapa das consequências de decisões mal calculadas. (Fonte: MSN)

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