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Dívida externa do Brasil recua em 2024 e soma US$ 605,4 bilhões

Banco Mundial aponta estabilidade do endividamento em relação à renda e exportações

Banco Mundial destaca que serviço da dívida consumiu 27% das exportações e 5% da renda nacional | Foto: REUTERS/Ricardo Moraes
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A dívida externa total do Brasil encerrou 2024 em US$ 605,464 bilhões, registrando leve recuo na comparação com 2023, quando o estoque era de US$ 607,387 bilhões. Os dados constam no Relatório Internacional da Dívida 2024, divulgado pelo Banco Mundial, que aponta estabilidade na posição externa do país, mesmo com mudanças no perfil do endividamento privado.

Segundo o levantamento, esse volume de dívida corresponde a 29% da renda nacional bruta e a 142% das exportações brasileiras, o que, de acordo com o organismo internacional, mantém o Brasil em uma situação semelhante à de outras economias emergentes.

Peso do serviço da dívida e entrada de capital

O relatório mostra que o serviço da dívida, que inclui juros e amortizações, consumiu 27% das exportações e o equivalente a 5% da renda nacional em 2024. No mesmo período, os fluxos financeiros líquidos para o país somaram US$ 46,071 bilhões.

Desse total, US$ 43,129 bilhões vieram de entradas líquidas para posições acionárias, indicando maior interesse de investidores por ativos brasileiros. Já os ingressos líquidos voltados especificamente para dívida foram mais modestos, somando US$ 2,943 bilhões ao longo do ano.

Dívida pública e perfil dos credores

A dívida pública e com garantia soberana do Brasil atingiu US$ 194,369 bilhões em 2024. Dentro desse montante, os organismos multilaterais responderam por US$ 36,531 bilhões, incluindo US$ 15,131 bilhões em exposições do próprio Banco Mundial.

Apesar disso, os credores privados permanecem como os principais detentores da dívida externa, com US$ 150,454 bilhões em títulos e empréstimos. O dado reforça a predominância do financiamento via mercado internacional.

Dívida privada continua elevada

A dívida privada sem garantia do governo permaneceu em patamar elevado e fechou 2024 em US$ 309,245 bilhões, reforçando o peso do setor corporativo nas contas externas brasileiras. Esse componente continua sendo o principal responsável pelo volume total do endividamento externo do país.

O relatório também aponta que a dívida de curto prazo subiu para US$ 84,282 bilhões, o que exige atenção quanto à capacidade de rolagem no mercado internacional.

Os desembolsos de longo prazo apresentaram forte retração em 2024, caindo de US$ 208,596 bilhões em 2023 para US$ 82,789 bilhões. A redução foi puxada principalmente pelo setor privado, cujas captações externas recuaram para US$ 44,172 bilhões.

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