Donald Trump diz que Brasil enriqueceu às custas dos EUA

Em entrevista à Time Magazine, ex-presidente americano voltou a criticar tarifas aplicadas por países como Brasil, China e Índia sobre produtos dos EUA

O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião de gabinete na Casa Branca | Foto: REUTERS/Nathan Howard
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Em mais uma de suas declarações polêmicas sobre comércio internacional, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o Brasil "ficou rico" ao impor tarifas sobre produtos americanos. A declaração foi dada durante entrevista à Time Magazine, publicada nesta sexta-feira (25), em que o ex-mandatário voltou a defender sua política de tarifas sobre importações como estratégia para atrair investimentos de volta aos Estados Unidos.

Segundo Trump, países como Brasil, China e Índia cobram taxas elevadas sobre produtos estrangeiros, modelo que, na visão dele, foi essencial para o crescimento econômico dessas nações. “É assim que eles sobrevivem. É assim que eles ficaram ricos”, disse. Ele também alegou que a China chega a cobrar 100% de tarifa, enquanto a Índia varia entre 100% e 150%.

“Bilhões em arrecadação” com política tarifária

Donald Trump considera que, se os Estados Unidos ainda mantiverem tarifas altas sobre produtos importados daqui a um ano, será uma “vitória total”. Para ele, essa política já está rendendo bilhões em arrecadação, embora não tenha apresentado dados concretos durante a entrevista.

“Você ainda não percebe, mas isso é um tremendo sucesso o que está acontecendo”, declarou. O ex-presidente defende que as tarifas forçam empresas a produzir em solo americano para evitar as taxas. “Lembre-se disso: não há tarifas se elas fizerem seus produtos aqui.”

Trump afirmou ainda que os EUA se tornaram “a maior loja de departamentos da história”, e que os países que desejarem "tirar coisas de lá" terão que pagar. Segundo ele, cerca de US$ 7 trilhões estariam sendo investidos em novas fábricas, plantas e estruturas dentro do território americano, como resultado direto de sua política comercial.

Tensão com a China permanece

A entrevista também abordou a disputa comercial com a China. Trump revelou ter recebido uma ligação do presidente chinês, Xi Jinping, para tratar do assunto. Apesar de não detalhar quando ocorreu a ligação ou o conteúdo da conversa, ele negou que o contato represente um sinal de fraqueza do líder asiático.

Para Trump, o déficit comercial dos Estados Unidos com a China, que ele afirma ultrapassar US$ 1 trilhão , é insustentável. “Eu considero isso um prejuízo”, disse, referindo-se ao saldo negativo nas relações comerciais. “Não podemos deixar que eles ganhem um trilhão de dólares sobre nós.”

Enquanto volta a figurar entre os nomes mais cotados do Partido Republicano para disputar a presidência em 2024, Trump segue reforçando a retórica nacionalista que marcou sua gestão anterior, colocando países como o Brasil sob os holofotes de suas críticas econômicas.

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