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Em meio a guerra com Trump, China negocia Corredor Bioceânico com o Brasil

A iniciativa que estreita a parceria entre as nações ganha força em meio a tensões comerciais entre Washington e Pequim.

Encontro em Brasília reúne delegação chinesa e representantes do Governo Federal. | Foto: Agência Gov
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Enquanto os Estados Unidos endurecem sua postura diante da China, aprofundando disputas comerciais e demonstrando incômodo com a presença chinesa em solo latino-americano, o país comandado por Xi Jinping intensifica o diálogo com o Brasil para consolidar um projeto ambicioso: o Corredor Bioceânico. A proposta busca conectar o território brasileiro ao Oceano Pacífico, criando um novo caminho de escoamento para produtos sul-americanos com destino aos mercados asiáticos.

DELEGAÇÃO CHINESA NO BRASIL

Nesta semana, uma comitiva da República Popular da China esteve em Brasília para conhecer projetos do Novo PAC e discutir a viabilidade da construção do corredor. Representantes da Casa Civil e dos Ministérios dos Transportes, Planejamento e Orçamento, Agricultura e Pecuária, além da Agência Infra S.A, acompanharam a visita oficial.

A agenda incluiu visita às obras da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), em Goiás — trecho considerado estratégico por sua conexão futura com a Ferrovia Norte-Sul, criando um caminho logístico contínuo até os portos brasileiros.

“Estamos honrados em receber a delegação chinesa. Esta é uma oportunidade de estreitar nossos laços e mostrar a viabilidade para a construção desse corredor”, declarou o Secretário Especial do Novo PAC, Maurício Muniz.

NOVAS ROTAS PARA A INTEGRAÇÃO REGIONAL

O Corredor Bioceânico se insere em um plano mais amplo do Governo Federal, que tem apostado nas Rotas de Integração Sul-Americana para promover a conexão entre os países do continente. A proposta prevê a integração terrestre entre os oceanos Atlântico e Pacífico por meio de malhas ferroviária, rodoviária e hidroviária, ligando áreas produtoras do Centro-Oeste ao litoral e, a partir daí, à Ásia.

Além de facilitar o escoamento de commodities agrícolas, o corredor é visto como um vetor de desenvolvimento regional e fortalecimento da infraestrutura logística brasileira.

REUNIÃO COM GOVERNADORES

Na terça-feira (15), no Palácio do Planalto, a delegação chinesa se reuniu com representantes dos estados de Mato Grosso, Goiás, Rondônia e Acre. Os governos estaduais apresentaram informações detalhadas sobre suas respectivas produções econômicas, sistemas logísticos e potenciais de exportação. O encontro também abordou o planejamento da infraestrutura de transporte nas regiões envolvidas, incluindo ferrovias, rodovias e hidrovias.

VISITAS À BAHIA E SÃO PAULO

A agenda da comitiva continua nesta quarta (16) e quinta-feira (17), com visitas a obras e equipamentos estratégicos nos estados da Bahia e de São Paulo. Em território baiano, os chineses conhecerão o Porto de Ilhéus e as obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), outra peça fundamental na consolidação da integração regional.

Já em São Paulo, o destaque será o Porto de Santos e o projeto do Túnel Santos-Guarujá, incluído na carteira do Novo PAC. A obra, considerada emblemática para a mobilidade e a logística do maior porto da América Latina, representa mais um exemplo do potencial brasileiro de atrair investimentos em infraestrutura com forte apelo internacional.

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