O governo federal informou, na quinta-feira (11), que todas as frentes de trabalho da Ferrovia Transnordestina já estão formalmente contratadas. A liberação para o início das intervenções nos lotes MVP 9 e MVP 10, localizados no Ceará, garante a execução completa do traçado ferroviário que parte do sul do Piauí até o Porto do Pecém, no litoral cearense.
A concessionária responsável pela ferrovia aguarda apenas a conclusão do licenciamento ambiental para dar início à etapa de testes nos segmentos já finalizados.
PAPEL ESTRATÉGICO DO PIAUÍ
O território piauiense concentra 395 quilômetros da ferrovia sob regime de concessão, conectando áreas produtivas diretamente ao corredor logístico de exportação. O traçado é estratégico para o escoamento de grãos, algodão e minérios, setores centrais da economia estadual.
No total, a Transnordestina soma 1.206 quilômetros de extensão, atravessando também o estado de Pernambuco, com 79% das obras já executadas.
ESTRUTURAÇÃO FINANCEIRA
Desde 2023, a Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros coordena a organização dos recursos necessários para a conclusão do projeto. O investimento estimado para a Fase I é de R$ 8 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões são provenientes do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
O montante inclui aportes do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) e valores arrecadados por meio do leilão de ativos do Finor.
FASE I: TRECHOS E PRAZOS
A primeira etapa da ferrovia liga o município de Paes Landim (PI) ao Porto do Pecém, em um percurso de 1.061 quilômetros. Desse total, 676 quilômetros já foram concluídos, enquanto 280 quilômetros seguem em obras. A expectativa é de que essa fase seja finalizada até 2027.
EXPANSÃO PREVISTA NO ESTADO
O projeto também contempla uma fase de ampliação no Piauí, com 151 quilômetros adicionais, divididos em três lotes. O reinício das obras está previsto para o primeiro semestre de 2026, com conclusão estimada para 2028, antecipando o cronograma originalmente previsto.
CORREDOR LOGÍSTICO DO NORDESTE
Com o avanço das obras, o trecho piauiense passa a integrar de forma contínua o corredor ferroviário que conecta o interior do Nordeste ao Porto do Pecém, ampliando a capacidade logística, reduzindo custos de transporte e fortalecendo a competitividade da produção do estado nos mercados nacional e internacional.