Após adicionar 11,4 gigawatts de potência instalada em 2025, o setor de energia solar no Brasil já projeta um novo ciclo de crescimento para 2026, impulsionado principalmente pela abertura do mercado de baterias para armazenamento de energia. O país vive a expectativa do primeiro leilão exclusivo para esse tipo de tecnologia, além da chegada de novas soluções que prometem ampliar a flexibilidade do sistema elétrico nacional.
A regulamentação do armazenamento por baterias, oficializada com a Lei nº 15.269/2025, abriu caminho para o Leilão de Reserva de Capacidade (LRCAP), previsto para abril do próximo ano. Será o primeiro certame brasileiro dedicado exclusivamente à contratação de potência por meio de sistemas de armazenamento, capazes de assegurar o fornecimento de energia solar e eólica mesmo em períodos sem geração, destravando investimentos e fortalecendo a segurança energética.
BATERIAS TAMBÉM NO CONSUMO RESIDENCIAL
O avanço dessa tecnologia não ficará restrito às grandes usinas. Com a redução de custos e maior oferta no mercado, o uso de baterias deve crescer também em residências e comércios, ampliando a autonomia dos consumidores e reduzindo gastos com energia. Em outros países, esse modelo já é consolidado, e a tendência é que o Brasil siga o mesmo caminho nos próximos anos.
SNEC PV & ES LATAM EM SÃO PAULO
As principais inovações do setor serão apresentadas durante a SNEC PV & ES LATAM, edição latino-americana do maior evento de energia solar do mundo. A feira acontece entre 24 e 26 de março, em São Paulo, e reunirá soluções voltadas à cadeia fotovoltaica, armazenamento de energia, mobilidade elétrica e redes inteligentes.
Além da exposição de tecnologias, o evento contará com um congresso técnico, reunindo especialistas nacionais e internacionais para discutir tendências e desafios do setor. A expectativa é de um público superior a 10 mil visitantes ao longo dos três dias. A organização é da NürnbergMesse Brasil, em parceria com a Oakstream, empresa que atua na área de comercialização e serviços em energia renovável.
FEIRA DE NEGÓCIOS E MERCADO GLOBAL
A feira deve contar com cerca de 100 expositores, incluindo fabricantes de painéis solares, inversores, desenvolvedores de projetos de geração centralizada e distribuída, além de empresas ligadas a baterias, mobilidade elétrica, smart grids e infraestrutura energética.
A SNEC teve origem em Xangai, na China, em 2007, e se consolidou como o maior evento do setor no mundo. A edição de 2025, realizada em junho, reuniu aproximadamente 3,5 mil expositores e atraiu mais de 500 mil visitantes. A versão latino-americana marca a primeira edição do evento fora do território chinês.
DESEMPENHO DO BRASIL EM 2025
Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil adicionou em 2025 cerca de 8,4 GW em geração distribuída, com sistemas residenciais e comerciais, e 3 GW em grandes usinas solares. O crescimento movimentou aproximadamente R$ 40 bilhões em investimentos e gerou quase 400 mil empregos.
Com esse desempenho, o país encerra o ano com 65 GW de potência solar operacional acumulada, consolidando-se como um dos maiores mercados globais do setor, ao lado de China, Estados Unidos e Índia. Esse protagonismo internacional foi decisivo para que o Brasil fosse escolhido como sede da primeira edição da SNEC fora da China.
As inscrições para o evento já estão abertas e podem ser feitas pelo site oficial da SNEC PV & ES LATAM.