Governo vai se concentrar nas exportações

Ministro não especifica incentivos, mas defende redução de tributos

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O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Miguel Jorge, afirmou nesta sexta-feira (5), em evento na representação do BNDES em São Paulo, que o governo se concentrará na próxima semana sobre as medidas que tomará para incentivar as exportações brasileiras.

O ministro não especificou quais serão as mudanças, mas ressaltou que haverá incentivos a novos investimentos, como melhorias nas condições de financiamento, e redução de tributos. “Definitivamente não podemos exportar impostos”, disse Miguel Jorge. De acordo com o ministro, o governo gostaria que o Brasil chegasse próximo ao patamar já exportado pelo país de US$ 200 bilhões.

“Em 2009, atingimos US$ 180 bilhões”, afirmou. Nesta semana, o presidente da Associação nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Jackson Schneider, esteve reunido com representantes do governo federal e estadual para discutir or problemas que envolvem as exportações, já que a indústria brasileira sofre com câmbio, custos logísticos e impostos.

Segundo o presidente da Anfavea, a entidade pediu ao governo que facilite a estrutura para exportação e que desonere este tipo de operação. Na próxima segunda-feira (8), o governo federal divulgará a lista de produtos americanos que estarão sujeitos à retaliação pelo Brasil.

Tais produtos poderão ter a alíquota de importação ampliada, medida que dificultaria as vendas ao mercado brasileiro. O ministro reafirmou que a relação só terá efeito após 30 dias de sua divulgação e que, neste período, o Brasil aguardará uma manifestação do governo dos Estados Unidos. “Até agora não recebemos nada. Mas acreditamos que o melhor caminho é o da negociação”, ressaltou Jorge.

O ministro não revelou quais produtos estão na lista. Questionado sobre a entrada de veículos e autopeças na relação, após forte pressão da indústria automobilística nacional, Miguel Jorge desconversa. “De acordo com o que eu tenho lido nos jornais, veículos e autopeças entram.” O conjunto de retaliações foi autorizado pela Organização Mundial do Comércio (OMC) ao final de um processo que condenou a política de subsídios dos Estados Unidos ao setor algodoeiro.

Em visita ao Brasil nesta semana, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou ao ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, que “nos próximos dias” uma missão americana deverá iniciar as negociações com o governo brasileiro e que a intenção é resolver o impasse de forma “pacífica”.

IPI O ministro Miguel Jorge destacou ainda que o fim da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis não será prorrogado mais. “O próprio presidente da Fenabrave (Sergio Reze) afirmou que o mercado está pronto e que não precisa mais do incentivo”, disse. Em relação aos produtos da chamada linha branca, ele acredita que o incentivo poderá continuar por mais um tempo.

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