O começo desta semana, marcada pelas expectativas pela retomada dos cortes de juros nos Estados Unidos, puxou o Ibovespa para uma nova máxima histórica.
Nesta segunda (15), o Ibovespa avançou 0,9%, batendo o novo recorde de fechamento nos 143.547 pontos. No mês de setembro, acumula alta de 1,5%. Do começo do ano até aqui, o índice valorizou 19,34%. A fraqueza das economias cai bem ao cenário brasileiro enquanto, por aqui, a atividade e o mercado de trabalho ainda mostram resiliência. Já nos EUA, o Federal Reserve (Fed) se vê em uma posição desconfortável de iniciar o ciclo de alívios para tentar impedir uma recessão.
IBOVESPA MOVIMENTOU BILHÕES
O Ibovespa movimentou R$ 12,5 bilhões, 23% abaixo da média diária dos últimos 12 meses, de R$ 16,3 bilhões. Assim, as projeções apontam para o distanciamento entre as taxas de juros brasileira e americana – já que a Selic deve seguir nos 15% ao ano pelo menos até o fim de 2025, enquanto as taxas do Fed devem cair para 3,5% a 3,75% ao ano até dezembro.
A taxa de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 saiu de 14,02% para 13,99% ao ano. Prêmios em contratos de curto prazo estão mais ligados às expectativas dos investidores para a Selic.
No médio prazo, os retornos da taxa para janeiro de 2029 saíram de 13,21% para 13,12% ao ano.
Já para janeiro de 2036, a taxa subiu de 13,56% para 13,28% ao ano. Vencimentos de longo prazo refletem uma maior preocupação com calote do governo.
FORTALECIMENTO DO REAL
O carry trade (ou carrego) ganha força com o spread de juros entre países. Investidores captam em mercados de taxa baixa e aplicam na renda fixa de países com juros elevados. O fortalecimento do real em 2025 transformou o Brasil em chamariz para estrangeiros. A moeda brasileira é destaque entre emergentes e até frente a desenvolvidos. O cenário pressiona os Treasuries, tornando-os menos atraentes e estimulando o carrego.
O dólar comercial recuou 0,6%, fechando a R$ 5,32. Em setembro, acumula queda de 1,86% e no ano, desvalorizou 13,9%. O otimismo cambial reflete a condenação de Jair Bolsonaro (PL) e outros réus, reduzindo temores de sanções dos EUA.
A Casa Branca ainda não anunciou medidas contra o Brasil, e parte do mercado acredita que Donald Trump deve, no máximo, impor sanções diplomáticas limitadas, sem impacto econômico relevante.