A Nvidia se tornou a primeira empresa do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado, consolidando sua liderança na revolução da inteligência artificial. O feito histórico ocorreu nesta quarta-feira (8), quando as ações da companhia subiram 5,2%, chegando a US$ 211,47 por papel, impulsionadas pela forte demanda global por chips de processamento avançado. Apenas quatro meses após ultrapassar a marca dos US$ 4 trilhões, a empresa confirma seu papel central no boom tecnológico que movimenta os mercados.
Crescimento acelerado e acordos bilionários
A valorização meteórica da Nvidia é resultado direto da estratégia agressiva de seu CEO, Jensen Huang, que tem firmado parcerias com gigantes como Nokia, Samsung e Hyundai. A companhia, que já responde por quase 20% da alta de 17% do índice S&P 500 neste ano, se destaca em um cenário de otimismo generalizado com o potencial transformador da IA na economia global.
“Uma capitalização de mercado de US$ 5 trilhões seria inimaginável há alguns anos”, afirmou Keith Lerner, estrategista-chefe da Truist Advisory Services. “O mercado certamente está apostando muito na ideia de que a IA será transformadora.”
Relações com a China e o chip Blackwell
As ações também foram impulsionadas após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afirmou esperar uma conversa com Xi Jinping sobre o chip Blackwell, desenvolvido pela Nvidia. Trump já havia sinalizado que poderia permitir exportações de uma versão limitada do processador para a China, um possível alívio nas tensões comerciais entre os dois países. A expectativa de novos acordos com o governo chinês adicionou ainda mais otimismo entre investidores e analistas.
Inovação e novos horizontes tecnológicos
Durante os últimos anúncios, Jensen Huang revelou uma série de novas parcerias e descartou qualquer preocupação com uma bolha de IA. O executivo destacou que os chips de última geração da empresa podem gerar até meio trilhão de dólares em receita. A Nvidia também apresentou um sistema inédito que conecta computadores quânticos aos seus chips de inteligência artificial, ampliando as possibilidades de uso da tecnologia em diferentes setores, de pesquisa científica à indústria automotiva.
Visão dos analistas e desafios à frente
O mercado financeiro segue confiante no desempenho da empresa. De acordo com a Bloomberg, mais de 90% dos 80 analistas que acompanham a Nvidia recomendam a compra de suas ações, que têm preço-alvo médio de US$ 225,48. Apesar disso, há cautela quanto à sustentabilidade do crescimento: os papéis acumulam alta de 1.300% desde o final de 2022. “Se o que todos estão apostando com a IA se concretizar, então as avaliações são provavelmente justificadas, mas algumas delas podem ser difíceis de cumprir”, avaliou Dan Eye, diretor do Fort Pitt Capital Group.
Concorrência e futuro incerto
Mesmo com números impressionantes, analistas acreditam que a Nvidia poderá enfrentar desafios crescentes, especialmente com a aproximação de concorrentes como AMD e Broadcom. Ainda assim, a empresa parece manter vantagem significativa em inovação, escala e demanda. Para o mercado, o marco dos US$ 5 trilhões não é apenas um recorde financeiro, é o símbolo de uma nova era tecnológica em que o poder da inteligência artificial redefine a economia global.